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Ecopsicologia/Conselhos acerca da nutrição Conselhos acerca da nutriçãoCerta vez, Deus explicou às pessoas os princípios da nutrição através de um profeta: “(…) Dou-vos todas as plantas que produzem semente e todas as árvores que dão fruto; tudo isto vos servirá de alimento”. Este preceito foi anotado na Bíblia judaica (Génesis 1:29). Mais tarde, Deus adicionou através de outro profeta: “carne com a sua vida, com o seu sangue, não comam” (Génesis 9:1-4). A que se refere esta frase? Esta frase fala da nutrição “sem matança”. Por outras palavras, comam todas as plantas comestíveis, usem o leite e os ovos, mas não matem para comer os animais em cujos corpos vocês veem sangue. Que inventaram então os judeus astutos e glutões que receberam este mandamento? Continuaram a matar animais, mas drenavam-lhes primeiro o sangue e depois comiam a sua carne. Sim, sem sangue. Fingiram que tinham entendido que a vida do animal era o seu sangue. Mais tarde, esta mesma técnica para “enganar” Deus foi utilizada pelos “cristãos” glutões, que simplesmente não incluíram as objecções de Jesus Cristo acerca deste tema no Novo Testamento [10,18]. Mas o cristianismo verdadeiro é o Ensinamento do Amor. Será possível chamar cristãos àqueles que causam sofrimento a outros seres para satisfazer as suas paixões carnais? Os cristãos verdadeiros não são aqueles que recebem formalmente um baptismo sem se propor a seguir os Ensinamentos de Cristo, nem são, claro, aqueles que foram baptizados sabe-se lá com que finalidade em criança. Tão pouco são os que usam um colar com a cruz. As cruzes eram usadas pelos cruzados, não é assim? Os verdadeiros cristãos são aqueles que seguem os Ensinamentos de Deus, que nos foram transmitidos através de Jesus Cristo e através de outros Messias. A essência destes Ensinamentos pode ser expressa sucintamente nas seguintes frases: 1. Deus é Amor. 2. Devemos infundir-nos n´Ele com a finalidade de O enriquecer connosco mesmos. 3. Para isto, temos de nos transformar em Amor, que é o que Deus é. Aqueles que não seguem estes Ensinamentos não têm direito a chamar-se cristãos e não são nada mais do que uns perversos, uns “cristãos” entre parênteses. Nesta encarnação, eu nasci e cresci numa família de ateus comunistas. Como quase todas as famílias “soviéticas”, na nossa não reflectiam de todo acerca do pecado nem da compaixão. Como todos os outros, eu comi carne e peixe durante a infância, porque esse era o costume. Até cheguei a ser um pescador e caçador que matava e fazia sofrer os animais sem qualquer remorso de consciência e sem pensar que outro ser para além de mim podia sentir dor. Só quando trabalhei na Academia de Ciências como membro investigador principal comecei a questionar o meu direito a matar animais. Mas rapidamente inventei uma justificação: não podemos viver sem carne nem peixe; portanto, objectivamente, tenho direito a conseguir esta “comida” para mim mesmo, já que o posso fazer como um caçador e pescador, sem a intervenção de outros. Mas depois houve um incidente que mudou tudo. Aproximara-me da margem de um lago, e espantei uma família de patos, a mãe com os seus dez patinhos que ainda não sabiam voar. Eles afastaram-se da margem e, juntos, como um grupo, nadaram uns 50 metros em direcção a uma ilha pequena. Sem que eu o soubesse, ali encontrava-se escondido um caçador que, quando a família de patos se aproximou, os fuzilou a todos com dois tiros. Esta foi a primeira vez que compreendi a morte das vítimas deste cruel entretenimento como um drama. A minha perturbação foi agravada por ter sido eu a causa da sua morte, ao tê-los espantado involuntariamente. Em seguida me dei conta de uma contradição – se tivesse sido eu a matá-los, não teria ficado perturbado! Teria ficado alegre pela boa sorte e pelos ricos troféus de caça! Mais tarde tive oportunidade de viajar por Carélia num autocarro com trabalhadores florestais. Eles tinham bebido vodka depois do trabalho, e planeavam ir pescar à noite com arpão e lanterna. Enquanto viajávamos, um deles sentiu-se repentinamente comovido e começou a pensar em voz alta: “Como é possível arpoar um peixe vivo? Está vivo! E com um arpão!” Repetia estas frases com muito sentimento, dirigindo-se com esta pergunta a si mesmo e aos companheiros. Via-se que estava à beira da grande descoberta, a grande compreensão. Mas os seus companheiros permaneceram calados e simplesmente sorriam pensando: “Isto é o que acontece quando se bebe demais”. Então ele, não tendo encontrado o apoio dos amigos, envergonhou-se subitamente da sua “debilidade” e exclamou: “Sim, vamos arpoar peixes vivos!”. E assim o assunto foi encerrado. Noutra ocasião, caçava patos num lago e feri uma fêmea. Continuei a disparar tentando rematá-la, mas ela conseguia mergulhar antes de que a munição a alcançasse. Recorri à astúcia e manobrei o meu barco, desviando-o para o baixio onde não podia nadar. Ela entendeu e deixou de resistir. Eu disparava uma e outra vez, o chumbo atravessando o seu pequeno corpo. Ferida, com as asas destruídas, ela apenas gritava de dor e temor sem poder salvar-se. Os seus clamores, assim como os clamores de todos os que foram assassinados cruelmente e sem culpa, provavelmente eram: “Porquê? Não fiz nada de mal nem a ti nem a ninguém! Tem piedade! Porque me causas esta dor atroz?” Eu aproximei-me cada vez mais, apontando e disparando, mas ela não morria! Apenas quando cheguei ao seu lado consegui romper a sua cabeça com um tiro. Depois comemos o seu corpo crivado pelas munições, mas eu não consegui sentir prazer algum… A minha última caça foi ao alce. Os batedores levaram uma fêmea para a linha dos atiradores, que começaram a disparar e a feriram. Ela tentou fugir na direcção dos batedores, mas estes começaram a disparar também. Duas das minha balas romperam-lhe a coluna. Outros caçadores continuaram a disparar. Recordo que um deles, ao escutar os sons produzidos pelos numerosos disparos, se emocionou tanto que começou a gritar exaltado: “Isto é música!” Finalmente, ela caiu. Quando me aproximei, já não respirava, mas um caçador contou-me que depois de cair se arrastou ainda mais de 50 metros, deixando na neve um rasto cheio de sangue. Em nenhuma alma houve compaixão. Eu próprio disparava pensando na carne, e não na dor deste belo animal. Depois deste episódio deixei a caça e vendi a minha espingarda. Quando posteriormente conheci uma pessoa virtuosa, da qual cheguei a saber pela primeira vez da existência de Deus, e que não Lhe agrada que comamos corpos de animais, já estava preparado para renunciar completamente a este terrível vício. Mais tarde, estudei a literatura científica da fisiologia da alimentação e aprendi que nos corpos dos animais não há nenhuma substância essencial para o ser humano que não possa ser substituída por substâncias semelhantes obtidas dos produtos vegetais, lácteos e ovos. No leite* e nos ovos encontram-se, entre outras coisas, todos os chamados aminoácidos essenciais, componentes importantíssimos das proteínas. Vim a concluir que a alimentação com carne e peixe não é uma necessidade, e sim uma clara manifestação do vício da gula e do desejo de satisfazer o próprio capricho gustativo à custa da dor e da morte de outros seres. E que ninguém procure justificação dizendo que “eles” matam, eu não. Eu simplesmente compro e como. Isto seria hipocrisia, pois “eles” matam para nós. Deste modo somos cúmplices da matança de seres inocentes que foram encarnados, não para que os matemos, e sim para cumprir as suas seguintes etapas evolutivas nos corpos que lhes foram dados por Deus. Nesses corpos estão encarnadas almas parecidas às almas humanas, mas mais jovens na sua evolução, como se fossem crianças em comparação connosco. Eu matei muitos animais. Desde a infância fui ensinado a colocar minhocas vivas em anzóis. Naquele então não podia imaginar como seria estar no seu lugar. E depois os peixes sofriam nos mesmos anzóis. Eles não “adormecem”, como dizem os pais cruéis para consolar os seus filhos que sentem pena dos peixinhos moribundos. Cada peixe passa pelo horror, a dor das feridas e o sofrimento da asfixia ao morrer. Depois comecei a disparar a alvos vivos, a aves e animais. Mais tarde fui ecólogo e zoólogo, e milhares de animais morreram nas minhas mãos, desta vez não para se transformarem em comida, mas para a realização de “experiências científicas”. Num trabalho posterior na área da medicina, também cortei e matei ratos e coelhos, estes animaizinhos tão ternos e carinhosos. Quando a consciência do que fizera finalmente surgiu, compreendi e senti toda a dor que tinha causado. Arrependi-me e pedi-lhes perdão, mas aparentemente não sofri o suficiente durante o meu arrependimento. Quando, anos mais tarde, fui atacado sem motivo aparente e sem oportunidade para me defender por um bárbaro de dois metros de altura, que mutilou mortalmente o meu corpo, e me deixou em agonia com uma dor atroz… Eu também poderia ter ficado perplexo e perguntar: “Porquê? Se não fiz mal a ninguém”. E talvez algum dia, numa futura encarnação, ele e os membros do seu bando também agonizem entre sofrimentos e gemam: “Porquê?”. *** É frequente que quem nunca tinha antes pensado sobre a sua alimentação, ao escutar e concordar com palavras sobre a compaixão, se pergunte: “Mas que podemos comer então em vez da carne e do peixe?” Por isso, falaremos brevemente dos princípios gerais da nutrição. Primeiro, como regra geral, é desejável ter na nossa alimentação os cinco grupos de elementos nutritivos: proteínas, gorduras, hidratos de carbono, vitaminas e minerais. As dietas intencionalmente empobrecidas, entre as quais estão as “monodietas”*, podem usar-se eficazmente com fins terapêuticos, mas não devem prolongar-se por demasiado tempo. Para seguir uma dieta deste tipo devemos consultar primeiro um especialista, e depois manter a alteração durante 1, 3, 7, 30 ou 45 dias, dependendo da gravidade da doença e da táctica de cura escolhida. Um jejum total de até 72 horas (durante o qual é obrigatório beber água!) também possui efeitos curativos e depurativos. Jejuns mais prolongados devem ser feitos sob consulta de um especialista em jejum curativo. A saída do jejum deve ser suave e gradual, as primeiras refeições consistindo apenas de sumos e fruta. Não deve ser consumido sal durante o período de regresso à dieta normal, caso contrário há risco de edema dos tecidos. Quase todos os grupos de alimentos naturais – leite, grãos, vegetais, etc – contêm proteínas, gorduras e hidratos de carbono. De acordo com as proporções, cada alimento individual costuma ser classificado como rico em proteína, rico em gordura, rico em hidratos de carbono. Os de alto conteúdo proteico são o leite, os produtos lácteos (requeijão, queijo, etc), ovos, frutos secos, cogumelos, a soja, as ervilhas, os feijões e as favas*. As proteínas podem ser diferentes dependendo dos agrupamentos de aminoácidos que as compõem. Os aminoácidos também se dividem em não essenciais (aqueles que o organismo humano consegue produzir por si mesmo) e essenciais (aqueles que o organismo humano não consegue produzir, pelo que os deve obter da comida). Os alimentos que contêm a totalidade dos aminoácidos essenciais são os melhores provedores de proteína para o organismo humano. São o leite e os ovos*. O seu consumo assegura uma nutrição completa do ponto de vista proteico. No caso de dificuldade em consumir productos lácteos ou ovos, a nutrição proteica completa deve ser assegurada consumindo produtos vegetais de alto valor proteico. Quando consumidas em grande quantidade, as leguminosas levam à produção de muitos gases intestinais. A cevada e o centeio, e nos adultos também o leite e derivados (com excepção do requeijão e queijo) também podem ser causa de gases. Se for o caso, é melhor consumir o leite e derivados à tarde e em pequenas quantidades, sem os combinar com mais nada. Nestes casos, o leite azedo também é mais fácil de digerir. Os gases também podem ser consequência da mistura de grandes quantidades de proteína ou gordura com doces. Tão pouco é recomendável comer ovos ou outros alimentos com alto conteúdo de gorduras antes de dormir. Caso contrário, estes ficarão muito tempo no estômago e a digestão progride com dificuldade durante o sono nocturno (distintamente do mesmo processo no intestino). Neste caso, a comida pode permanecer indigesta durante toda a noite e ali reproduzir-se-ão micróbios em desequilíbrio, provocando inflamação das paredes do estômago e depois dos intestinos. Devemos falar especialmente do consumo de ovos. Primeiro, examinemos a afirmação de que não devemos comer ovos por razões éticas, porque destes poderiam ter nascido pintos. Os ovos produzidos em aviários não podem dar origem a pintos, pois a galinha doméstica é uma espécie única (criada pelo ser humano por um processo de selecção) cujas fêmeas põem ovos não fecundados, isto é, sem a participação dos galos. Não é possível que nasçam pintos de tais ovos. (Nos aviários, juntam-se galos a galinhas apenas com o propósito de gerar ovos para ser colocados em incubadoras, e esses sim, darão lugar a pintos). Tão pouco faz sentido rejeitar o consumo de ovos fecundados, já que num ovo fecundado mas não incubado ainda não há embrião e, portanto, não há uma alma encarnada. Estes ovos não sentem medo nem dor se forem cozinhados. Os ovos que comemos são simplesmente óvulos. Para ter pena de óvulos, teríamos de ter ainda mais pena dos óvulos das mulheres humanas – cada menstruação seria um sinal da perda de uma possibilidade para um ser humano! Com esta linha de raciocínio, todas as mulheres deviam estar “cronicamente” grávidas para não permitir a morte vã dos óvulos (estou a brincar, como é óbvio). Outra objecção contra o consumo dos ovos vem de alguns fisiologistas, que afirmam que contêm muito colesterol, pelo que o seu consumo causa inevitavelmente aterosclerose. Eu participei pessoalmente (como auxiliar de laboratório) nas experiências sobre colesterol realizadas em ratos pelo académico N. N. Anichkov, as mesmas que depois lhe permitiram “condenar” os ovos. Um dos meus trabalhos era produzir essa aterosclerose nos ratos – mas eles não eram alimentados com ovos, e sim com colesterol puro em pó misturado com óleo. As doses desse colesterol quimicamente puro eram impressionantes, quando comparadas com o peso do corpo dos ratos – eram-lhes dadas gramas por cada alimentação, várias vezes por dia. E os ratos eram pequenos! Claro que desenvolviam aterosclerose, as doses de colesterol que ingeriam superavam milhões de vezes a dose de colesterol que ingere uma pessoa ao comer alguns ovos por dia! Na realidade, o colesterol é uma substância muito importante para o ser humano – a partir dele se formam as hormonas sexuais, tanto da mulher como do homem.* O colesterol também é gerado pelas próprias células do corpo humano. Existe em altas concentrações, não apenas nos ovos, mas também nos corpos dos animais, sobretudo no fígado, cérebro e gordura. Para identificar a causa da aterosclerose devíamos começar por descobrir se pessoas com uma nutrição vegetariana a desenvolvem. Os cientistas dizem que o consumo de gordura aumenta significativamente o risco de cancro, mas devemos saber que isto não é verdade no caso da manteiga. O problema é que em russo nós consideramos a manteiga como gordura animal, mas em inglês esta pertence a um grupo separado. Nesta língua existem três palavras para descrever as gorduras segundo o seu tipo: oil, para as gorduras vegetais; butter, para a manteiga; e fats, para as gorduras que se encontram nos corpos animais ou que foram obtidas destes. Esta variação linguística leva a que, por vezes, se perca o sentido original na tradução – devemos ter cuidado com isto. Tanto os óleos vegetais como a manteiga são benéficos para as pessoas. Os primeiros contêm vitamina E, que tem a capacidade de dissolver depósitos de colesterol já formados, e a manteiga é rica em vitaminas A e D. É melhor aquecer e fritar a comida usando manteiga do que óleos vegetais*, pois estes últimos sofrem oxidação com elevadas temperaturas na presença de oxigénio, transformando-se em substâncias tóxicas. Quanto mais líquida for a gordura, mais rapidamente é oxidada. Também existem as chamadas margarinas, que são uma mistura de diferentes gorduras. É aconselhável ler a descrição dos ingredientes antes de comprar. Todas as leguminosas, vegetais, frutas, bagas, cereais, marmelada, mel, etc, pertencem ao grupo de alimentos com alto conteúdo de hidratos de carbono. Os vegetais e os cereais são ricos em celulose, importante para o funcionamento normal do intestino, e contêm diversas vitaminas, como a vitamina C e as vitaminas do grupo B. Os açúcares contidos nestes produtos providenciam, entre outras coisas, energia que pode ser utilizada rapidamente pelo organismo. Actualmente, é bem conhecido que o pão é fonte de várias vitaminas do grupo B. Mas é importante saber que estas vitaminas, assim como as proteínas, estão praticamente ausentes no pão feito com farinha refinada. O pão feito com farinha integral ou com a adição de farelo é muito mais benéfico. O mesmo pode ser dito sobre arroz. O arroz integral é muito mais benéfico, contendo uma grande quantidade de vitaminas do grupo B e proteínas. Tendo dito o essencial sobre as vitaminas, adiciono que se consumimos leite, ovos, manteiga, óleos vegetais, pão (com o farelo), cereais, cenoura, frutas e bagas frescas, obtemos todas as vitaminas necessárias. Em caso de dúvidas ou necessidades especiais, é possível comprar multivitamínicos gerais ou em combinações particulares, de acordo com a recomendação de um médico especialista. A vitamina C merece atenção especial. É importante para manter a imunidade do organismo, e ajuda contra doenças infecciosas, entre outras. Devemos ter em conta que esta vitamina não é resistente ao calor – as infusões de plantas medicinais que contêm vitamina C, das agulhas das coníferas ou dos frutos da rosa canina, por exemplo, não devem ser fervidas. O alho e a urtiga são boas fontes desta vitamina. Uma alimentação variada, com leite, cogumelos e outros produtos, providencia os minerais, também chamados de microelementos, necessários. Mas a melhor fonte destes, contendo-os a todos, é a laminaria*. Esta alga chega à Rússia em forma de conservas ou desidratada (esta última pode ser comprada nas farmácias). Mas a simples adição de sal marinho ou água do mar à comida também a torna completa em minerais. A vida de quem ama e conhece a natureza não é apenas mais bela, sã e benéfica do ponto de vista do crescimento espiritual, mas também é mais económica! Pode produzir doces de fruta e mel de flores para o inverno, e secar ervas saborosas para fazer depois a sua própria infusão, sem ter de a comprar. Ser-lhe-ão especialmente úteis os cogumelos. Os cogumelos fritos ou cozinhados com água são muito saborosos, mas são difíceis de digerir pelo organismo, porque as membranas das suas células são difíceis de decompor pelas enzimas digestivas humanas. Secar os cogumelos não melhora a situação. Mas a utilização de salmouras ou pickles, que expõem prolongadamente os alimentos aos ácidos acético e láctico, destrói as membranas e torna os cogumelos fáceis de assimilar. Os cogumelos salgados podem ser guardados em casa, sendo apenas necessário o cuidado de retirar a camada que se forma na superfície da salmoura cerca de uma vez por semana. Não tentem fazer salmoura do cogumelo armillaria sozinho, porque a sua fermentação não produz ácido láctico e manter-se-á difícil de digerir. Pode ser misturada em salmoura com outros cogumelos, ou transformada em pickle usando vinagre e sal. * * * A questão mais importante relativamente à nutrição é o respeito pelo princípio fundamental ético: não causar dano a outros seres. Apenas aqueles que desenvolveram compaixão para com a dor alheia poderão progredir no Caminho espiritual, porque Deus só deixa aproximar-se da Sua Morada aqueles que assimilaram o princípio do AMOR. O Mestre Divino Huang-Di ensinou esta maneira de viver na antiga China. Depois Pitágoras, Gautama Buda e Jesus Cristo* ensinaram o mesmo [10,14,18]. Nos dias de hoje, Deus ensina o mesmo através de Babaji e Sathya Sai Baba [10,14,18,19,42-51,58,60,64]. Este ensinamento de Deus parece contradizer as Suas palavras no Corão. Mas deve ter-se em conta que nos primeiros anos de estabelecimento do islão, marcados por um estado de guerra contínua, a situação não era apropriada para a introdução de novos hábitos entre criadores de gado e habitantes do deserto. Deus, que guiava as acções do profeta Maomé, tinha outro propósito: estabelecer a fé monoteísta naquela região da Terra. E só depois de o islão se estabelecer e ser aceite pelas pessoas, foi apresentada aos muçulmanos a oportunidade de pensar no aspecto ético da sua alimentação. Se o aspecto ético da nutrição for ignorado, a pessoa torna-se sujeita a mecanismos causadores de doença criados por Deus. Começam a formar-se depósitos de ácido úrico – do qual a maior fonte são a carne e o peixe – nos vasos sanguíneos, pele e tecidos cartilaginosos. Esta doença chama-se gota, e entre os seus sintomas estão a diminuição da memória, dores de cabeça, irregularidades do sono e da função sexual, dor muscular e articular. A urgente necessidade de diminuir o desconforto cerebral causado pela doença leva muitos a fumar e beber álcool. O aspecto energético deste tipo de nutrição também deve ser considerado: as energias cadavéricas contaminam os chakras e meridianos, o que interrompe a administração bioenergética de muitos órgãos e contribui para o desenvolvimento de cancro. Estas mesmas energias também afectam os órgãos digestivos, provocando inflamações agudas, crónicas e úlceras, e contribuem para o desenvolvimento de tendências psíquicas agressivas. A energia da consciência de tais pessoas torna-se grosseira, e tornam-se incapazes de alcançar estados subtis. Como já mencionámos, a famosa afirmação que diz que apenas a carne e o peixe são fonte de todas as proteínas necessárias é absolutamente inválida, e é um índice da ignorância médica daqueles que a sustêm, já que todos os aminoácidos essenciais para o ser humano se encontram também nos ovos e no leite *. As melhores provas de quão apropriado é este tipo de nutrição são a melhoria rápida do bem-estar daqueles que começam a praticar a nutrição “sem matança”, o desaparecimento das suas doenças e o aumento da sua capacidade de trabalho (em todas as suas manifestações). Por outro lado, aqueles que continuam a comer corpos de animais apenas para satisfazer a sua gula devem estar cientes de que o tempo virá em que terão de experienciar a dor que causaram. Desta maneira Deus ensina-nos o que é o Amor. Isto é a manifestação da “lei do karma”, de acordo com a qual quem não tem em conta a dor alheia terá de aprender a compaixão através da sua própria dor, através da sua experiência pessoal. Relativamente aos alimentos “puros” – as plantas, o leite, os produtos lácteos e os ovos – a atitude eticamente correcta para com eles consiste em utilizá-los prudentemente, com respeito e sem os desperdiçar. É também necessário deixar de consumir álcool, substância que não contribui de maneira alguma à aproximação à Perfeição, e evitar o consumo excessivo de sal comum e das bebidas que contêm cafeína (café, cacau, chá). Tão pouco é recomendável fritar a comida usando óleos vegetais. E, claro, sob circunstância alguma se deve beber urina, o que se tornou moda recente na Rússia. O seu consumo regular intoxica o cérebro e provoca perturbações mentais. Que comer, então? Qual é a melhor dieta para nós e as nossas famílias? Sem dúvida, cada um tem os seus gostos e os seus hábitos nutricionais. No meu caso, durante o meu processo de formação espiritual, quatro produtos constituíam a base da minha alimentação – arroz, cogumelos, ovos e tomates (frescos ou em forma de molhos e pastas). Também comia maionese, verduras, cenouras, pão de trigo, doces de fruta, bagas, manteiga, óleos vegetais, queijo e outros. Este tipo de dieta é nutritivo e proporciona suficiente energia para qualquer trabalho, incluindo o meditativo. Apenas nas últimas etapas da ascensão espiritual tive de renunciar aos ovos, porque a energia deles derivada não era favorável ao estabelecimento na Morada do Criador. Um último conselho: não pensem demasiado na comida! Depois de eliminar a nutrição viciosa, estabeleçam um novo “algoritmo”, e pensem em Deus e no Caminho em Sua direcção, o que inclui a serviço a Ele. Tenham o cuidado de não cair no erro, cometido por muitos, de focar a atenção apenas nas “regras da nutrição”, esquecendo desta maneira aquilo que é mais importante.
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