Trabalho Espiritual com Crianças/Os erros podem corrigir-se Os erros podem corrigir-seL.A. Vavulina Não sou professora de profissão, nem psicóloga, apenas contabilista. Porém, tenho três filhas, hoje quase adultas (18, 19 e 20 anos), e quero partilhar esta parte da minha experiência, assim como observações que nos poderão ser úteis a todos, no trabalho de criação dos filhos. Antes de frequentar as aulas na Escola do Dr. Antonov, eu era uma mãe muito comum e mediana, que construía o seu relacionamento com os filhos dentro do seguinte estereótipo: Eu sou uma mãe, amo os meus filhos, preocupo-me com eles, desejo-lhes bem, fico mais velha, tenho mais experiência, e sei melhor o que deve ser feito e como deve ser feito. E, portanto, tenho todo o direito de estabelecer regras, de impor os meus pontos de vista, de dar ordens, de exigir que as crianças obedeçam, e de puni-las se o resultado não corresponder às minhas expectativas. Qualquer liberdade de escolha era permitida apenas dentro daqueles limites, que correspondiam às minhas ideias do que é bom e do que é mau. Em tudo, houve a minha luta com os filhos, porque procuro fazer deles o que quero que sejam. Essa luta continuou com sucesso variado: eles frequentemente resistiam, não obedeciam, eram rudes e recusavam-se a cumprir os meus pedidos e ordens. Foi doloroso para mim, porque acreditei que o faziam para me ofender: afinal, eu sabia o que era bom! Os ressentimentos mútuos cresceram, como uma bola de neve. E assim teria continuado até ao fim da minha encarnação se um certo dia não tivesse dito para mim mesma: “Pronto! Já chega! Tenho de fazer alguma coisa pois cheguei a um beco sem saída”. Comecei a questionar-me. Porque vivo? Qual o sentido da vida? Não só me questionava como comecei a procurar as respostas. Li diversos livros, aqueles que podia encontrar; ia à igreja. Porém, havia ali poucas respostas, e as perguntas tornaram-se mais e mais, até que Deus mostrou-me o caminho com a ajuda dos livros do Dr. Antonov. Foi uma revelação para mim! Li-os e não podia acreditar de que tinha encontrado as respostas para questões que tinham-me martirizado tanto tempo! Mais tarde, comecei a praticar esses métodos e a reconstruir a minha vida, levando-a a uma consonância com a intenção de Deus — reli aqueles livros muitas vezes. Não me separei deles, e descubro sempre algo novo neles, algo que não havia reparado antes. Graças ao trabalho que fiz sobre mim mesma, consigo ver a mudança no relacionamento com os meus filhos, por exemplo, na sua atitude em relação a mim. Em primeiro lugar libertei-os, libertei-os da minha tirania. Isso não significou anarquia nem permissividade! Apenas eliminei picuinhices, libertei-as, deixando na nossa ligação o meu amor, paciência, compaixão, e a vontade constante de acudir, ajudando-os. Não digo que me tenha sido fácil. Ainda agora continuo a batalhar; mas agora é uma batalha com o meu próprio ego. E os meus filhos, que antes apenas tentavam ignorar-me, sentem-se agora atraídos por mim. Eles vêm em busca de conselhos, apenas para conversar, para se sentar comigo, para ficarmos juntos; eles gostam de estar comigo. Agora, tento criá-los com o meu próprio exemplo: como tento melhorar-me a mim mesma. Aqui não deve existir qualquer falsidade, pois só a sinceridade traz resultados positivos aos relacionamentos. Se cometo erros aqui e além, reconheço-os e trato de corrigir o que se pode corrigir. As crianças deixaram de me ofender porque eu…, deixei de me ressentir. Que sentido faz ofender uma pessoa que não se ressente? Uma vez a minha filha mais velha, depois de uma má ação sua, disse de repente: “Desculpa, Mãe!”, e acrescentou, “Sei que não estás magoada, mas de qualquer modo, desculpa!” Estou a tentar treinar os meus filhos para serem auto-suficientes: tomarem decisões, a levar a cabo ações e a assumir responsabilidade por elas. A sabedoria dos pais, ao lidar com os filhos, também consiste em dar-lhes a oportunidade de cometer erros e aprender com eles, acumulando a sua própria experiência de vida. Claro, isso não se deve tornar num absurdo: por exemplo, não devemos ficar afastados e esperar que a criança adquira a experiência de um viciado em drogas, ladrão ou assassino. Mas se houver muita preocupação e desejo de proteger os filhos de todos os problemas e dificuldades da vida, então isso impedirá o seu crescimento, torná-los-á observadores passivos da vida, em dependentes: não tem sentido fazer nada se os pais podem fazer melhor. E na velhice, os pais recebem os frutos dessa educação: quando têm que continuar a sustentar financeiramente seus filhos já crescidos, que ainda levam um estilo de vida infantil. Concluindo, quero dizer que Deus ensina e educa cada um de nós e, a esse respeito, todos somos iguais aos nossos filhos. Apenas são diferentes as etapas do programa de formação, devido às diferenças de idade. A nossa missão é ajudar as crianças a dominar as etapas do programa que nós mesmos já passamos, embora talvez não da mesma forma, uma vez que lhes são destinadas. E podemos fazê-lo de forma óptima com o nosso próprio exemplo: mostrando-lhes a melhor maneira de fazer alguma coisa, de se comportarem em certas situações. Apenas dois anos se passaram desde o início do meu trabalho de reformulação, “reeducação” de mim mesma. As minhas filhas já não são crianças e, infelizmente, nem todos os métodos e diretrizes descritos neste livro são adequados para a idade delas. Enfim, posso dizer que o resultado do meu trabalho me deixa feliz. Agora, a nossa casa é calorosa, aconchegante e confortável; vivemos em paz! Não são os móveis e o aquecimento que criam conforto e aconchego em casa — são os bons relacionamentos, baseados na compreensão mútua, respeito, amor, paciência e compaixão uns pelos outros. … Acordei um pouco tardiamente na minha vida. Assim, aconselho-vos a não usarem o tempo em vão! Na verdade, quanto mais cedo começar a trabalhar em si mesmo, melhor será o resultado! E neste trabalho, pode receber muita ajuda lendo este e outros livros do Dr. Antonov.
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