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Conhecimento contemporâneo sobre Deus, sobre a evolução e o significado da vida humana.
Metodologia de desenvolvimento espiritual.

 
Capítulo 1. O Primeiro Encontro com Jesus
 

Evangelho de Marta/Capítulo 1. O Primeiro Encontro com Jesus


“Oh, como gostaria de poder
ensinar cada pessoa a conhecer o Pai Celestial
com o coração amoroso aberto!”

Capítulo 1.
O Primeiro Encontro
com Jesus

Durante cerca de dois mil anos, eu, Marta, sonhei com contar às pessoas sobre aquilo de que fui testemunha quando Jesus esteve encarnado na Terra. Não tive tempo para escrever o meu Evangelho durante a vida no corpo, mas tenho agora oportunidade para o fazer.

A primeira vez que vi Jesus foi quando a minha irmã Maria estava prestes a ser apedrejada devido à acusação de adultério contra ela, e Ele a protegeu.

Naquela altura, eu via Jesus apenas como um homem – um pouco estranho, diferente do resto das pessoas, e sábio.

A totalidade da Sua Majestosidade só gradualmente se veio a abrir perante mim.

A família na qual eu tinha nascido e crescido era pia. Os nossos pais educaram-nos estrictamente nas regras e rituais que eram adoptados na Judeia naqueles tempos.

Havia três crianças na nossa família: o meu irmão mais velho Lázaro, eu, e a minha irmã mais nova Maria.

Todos os Judeus dos nossos tempos estavam seguros de que nós éramos “o povo escolhido de Deus”, e de que cedo o Messias apareceria para nós – o Grande Salvador, o Rei enviado das alturas. Ele virá apenas a nós – aos filhos e filhas de Israel. Ele libertar-nos-ia! Ele seria o Rei espiritualmente sábio! E todos os que acreditam “correctamente”, realizam rituais na perfeição, e cumprem a lei Judia registada nas antigas escrituras serão felizes.

Na realidade, tudo aconteceu exactamente ao contrário – o Messias tinha vindo, mas apenas uns poucos O reconheceram…

Os Ensinamentos de Jesus Cristo confundiram e assustaram os sacerdotes! Estes chamavam frequentemente engodos aos milagres realizados por Deus através d`Ele, e costumavam dizer nas sinagogas que Ele ordenava a pessoas saudáveis que se fizessem passar por doentes para que mais tarde, em frente das multidões, pudesse demonstrar a cura… E portanto não havia milagres, nos quais os cegos viam, e os paralisados se levantavam e andavam…

Ou então diziam que Ele curava “através das forças do mal”…

Diziam ainda Ele “violava o cumprimento do Sabath” – especificamente para perverter as pessoas!

Muitos rumores diferentes sobre Jesus voavam por ali.

E muitos queriam vê-Lo e ouvi-Lo apenas por curiosidade. Outros ainda desejavam apenas ser curados das suas doenças…

Mas havia também aqueles que ouviam nos discursos de Jesus a Mensagem de Deus – para toda a gente e para si pessoalmente! Eles aceitaram o que Ele ensinava! E aprenderam d`Ele.

Por esta altura os nossos pais estavam mortos há muito. Lázaro era o chefe da família e dirigia a quinta. E Maria… era tão jovem e frívola!

Ela apaixonou-se por um homem casado… E não importando quanto a amaldiçoássemos, não importando quanto a repreendêssemos, não importando quanto o proibíssemos, ela encontrava-se secretamente com ele.

* * *

Naquele dia, eu estava assoberbada de preocupação: Maria não tinha vindo a casa toda a noite e o dia já tinha chegado, mas ela ainda não tinha regressado!

Lá fora, a alguma distância da nossa casa, uma multidão reunira-se e gritos zangados começaram a ouvir-se…

Incapaz de aguentar o alarme, corri para fora da casa, vi o que estava a acontecer e comecei a chamar o meu irmão:

— Lázaro, vem aqui depressa, olha: a nossa irmã esta ali! Todas estas pessoas se reuniram à volta de Maria! Elas parecem querer apedrejá-la e condená-la como meretriz! Estão a puxar o seu cabelo e as suas roupas! Oh, faz alguma coisa! Vamos lá depressa! Pára-os! Sim, ela é prolixa e pecaminosa, mas isto é demasiado! Assim vão matá-la! Vem depressa!

Olha! Ali, ao lado dela, surgiu um homem… Ele parou a multidão… E as pessoas dispersam… E Maria… Chora a seus pés…”

Aquela foi a primeira vez que vi Jesus. Tudo acontecia muito longe, e eu não conseguia ouvir as Suas palavras. Mas a multidão, antes excitada pela raiva, acalmou abruptamente – tal como se uma tempestade tivesse parado repentinamente por alguns momentos no mar.

Jesus escudou Maria com o Seu corpo e começou a falar.

Ele vestia vestes leves simples, todos os Seus movimentos eram macios e suaves. O seu cabelo, algo encaracolado e chegando pouco abaixo dos ombros, brilhava de uma forma especial ao sol, e a Sua aparência irradiava uma paz gentil. Isto foi sentido por mim já naquele momento, logo à primeira vista, ainda que eu certamente não tivesse compreendido a causa do Seu impacto naquelas almas que estavam por perto.

Ele ajudou Maria a erguer-se do chão.

A multidão dispersou.

Jesus amparava gentilmente a chorosa Maria pelos ombros, e os Seus discípulos vinham na nossa direcção.

Lázaro e eu apressámo-nos ao seu encontro.

Lázaro disse:

— Obrigado! Salvas-te a nossa irmã! Vem a nossa casa! Serás um convidado desejado! E serás sempre querido aos nossos corações! Entra!

— Eu não estou sozinho, estas pessoas são meus amigos, estão Comigo!

— Nós estaremos contentes com receber-vos a todos! Que as portas da nossa casa estejam sempre abertas para vocês! Anda depressa, ou aqueles aborrecedores voltarão!

— Eles não voltarão – ficarão a pensar sobre muitas coisas. Notaram pecados em si mesmos! E agora terão tempo para eliminar os seus próprios vícios em lugar de se lançarem em raiva por denunciar os pecados dos outros, enquanto se consideram a si mesmos justos!

Jesus, suportando cuidadosamente Maria, que mal se conseguia suster nos seus pés após o que tinha passado, entrou depois de Lázaro na casa. Foram seguidos pelos Seus discípulos.

Eu segui-os também, ainda cheia de emoções pelo que tinha acontecido.

Lázaro perguntou:

— Qual é o Teu nome, meu respeitado convidado?

— Jesus.

— Então és Tu o Mestre, a quem o povo recorre em rebanhos para ouvir?

— Não entenderás quem sou Eu de uma vez só… Mas, se quiseres, começarei a contar-te um pouco agora mesmo…

Lázaro levou os convidados para a sala e eu levei algumas guloseimas.

Jesus começou uma conversa sobre a purificação da alma.

Maria estava sentada no chão, dobrada a Seus pés e cobrindo com as mãos a sua face molhada de lágrimas.

Lágrimas de Maria caíram nos pés de Jesus. Ela secou-os com o seu belo e espesso cabelo…

Jesus tocou a cabeça de Maria com uma carícia e afagou-a gentilmente. E então Ele continuou a falar, dirigindo-se a todos, sobre o verdadeiro arrependimento e a purificação da alma.

— Estas lágrimas de arrependimento são muito significativas! São mais valiosas do que o melhor incenso e os óleos de fragrâncias! Não as lágrimas em si mesmas, claro, mas o arrependimento – pois é necessário ser exposto perante Deus e libertado dos vícios da alma!

É precisamente a purificação da alma que é necessária para aprender a ver, ouvir e entender Deus! Isto é aquilo que João ensinou às pessoas.

Ouviste tu, Lázaro, os sermões do Profeta João, a quem as pessoas chamaram “Baptista”?

— Não… Não ouvi.

— João disse que o momento se aproxima! E aquele que não purificou a alma não consegue reconhecer o Messias e aceitá-Lo! A Graça de Deus não tocará aqueles que estão endurecidos em vícios e pecados, aquelas almas que se consideram a si mesmas totalmente justas e portanto evitam purificar-se dos vícios. Eles permanecerão surdos à Verdade! Os seus olhos espirituais serão cegos, e eles não verão a Luz!

O Messias virá e escolherá apenas aqueles que prepararam os seus próprios veículos de almas: aqueles que expulsaram a sujidade para fora de si mesmos e lavaram a alma através das águas puras do arrependimento! E então, nessas almas, Aquele que baptiza com o Fogo acenderá a Chama do Amor Divino!

João disse que Ele prepara as pessoas para a recepção da Luz Divina – através da aspiração a Deus nos corações e em pensamento, e também através da purificação através do arrependimento. Pois nem mesmo o Messias salvará aquela alma que não se empenha pessoalmente em salvar-se da severidade dos vícios!

Se para alguém a riqueza do mundo material é mais importante do que as jóias da vida espiritual , até Deus, que veio a Terra no corpo, lhe parecerá apenas um homem estranho ou até pior – um tentador levando as pessoas para longe dos dogmas da fé dos seus antepassados!

O Messias-Salvador só pode mostrar às pessoas o Caminho para a salvação e manifestar-Se a Si Mesmo como um exemplo de Pureza e Luz. E mais – Ele falará de como alcançar a vida em Harmonia e União com o Pai Celestial.

O Messias-Salvador oferece a Sua Ajuda apenas àquelas almas que podem e querem aproximar-se de Deus pela sua própria qualidade. Ele não salvará mais ninguém dos seus próprios destinos, criados por si mesmos!

— Então Tu és o Salvador? – perguntou Lázaro atordoado.

— Tu assim o disseste… Não te apresses, ouve-Me! E olha para as obras que são feitas através de Mim! Tu entenderás por ti mesmo, quando quiseres, quem sou Eu…

— Mas que posso eu fazer para purificar a alma hoje? Por favor, diz-me!

— Perdoa a tua irmã Maria, pois ela já não é mais culpada! Ela entendeu o que era mau nos seus pensamentos e acções e arrependeu-se – avançando para a vida pura!

O seu arrependimento é sincero, e portanto Deus perdoa-a!

Jesus olhou para mim de uma maneira especial, como se Ele visse quanto ressentimento e descontentamento com Maria eu tinha acumulado em por tanto tempo. Ele disse:

— Tu também, Marta, perdoa-a!

Ela, de facto, quis e procurou amor. E por isso negligenciou a moralidade que fora instituída aqui e causou-te tanta ansiedade.

Perdoa-a – e não te recordes da Maria que, na tua opinião, era pecadora! Libertando a alma da sujidade da condenação dessa forma, os dois aproximar-se-ão da vossa própria purificação!

Lázaro replicou:

— Mas ela desgraçou a nossa família! Todas as pessoas à nossa volta conhecem já os seus pecados! Ela é merecedora de castigo, não de perdão!

— Que sabes tu sobre vergonha, Lázaro? Esta é, antes de mais, apenas uma condenação por parte das pessoas! Ou é a vergonha da assim chamada auto-flagelação perante a tua própria consciência quando te envergonhas de ti mesmo.

Mas tal condenação pode ser falsa!

Também Eu estou destinado ao julgamento e “vergonha”… E mais tarde, pelos mesmos motivos, à glorificação nos séculos vindouros. E então esta “vergonha” será relembrada como a grande “Glória de Jesus Cristo”…

Muito melhor que condenar os outros é limpar-te e transformar-te a ti mesmo como alma!

É necessário cultivar amor em ti mesmo! Este amor primeiro nasce e começa a crescer, como uma flor delicada, no coração espiritual. Depois pode ser expandido mais e mais!

Deus vê o exterior de toda a gente, mas também conhece tudo aquilo que alma tem dentro! O que está escondido dos olhos do homem está sempre aberto para Deus!

Jesus continuou, dirigindo-se a todos os discípulos:

— Há grande poder no amor-perdão! Entendam, amigos, quão importante isto é! O perdão é medicina para a alma! Aquele que concede perdão será ajudado ainda mais do que aquele que recebe o perdão!

A capacidade para perdoar poderia mudar muito nas vidas das pessoas! A capacidade para perdoar é uma parte importante da capacidade para amar!

Não recordando o mal sobre a pessoa arrependida, não a mantemos no seu passado através dos nossos próprios pensamentos “pesados” sobre esse passado! E assim nós revelamos a essa pessoa a oportunidade para se empenhar em direcção ao futuro purificado, pois ajudamo-la a acreditar em si mesma e a tornar belo o seu próprio futuro!

Mas não é suficiente dizer “eu perdoo-te” apenas em palavras e, depois, em cada caso, relembrar os seus pecados passados com uma reprovação…

Não recordar o mal – é fácil fazer isto apenas em palavras! Mas, na realidade, é necessário que a alma trabalhe em si mesma.

É necessário expulsar toda a memória de ressentimento, todos os resquícios da vossa raiva! Mesmo que haja razão suficiente para estes estados, tudo isso deve ser deixado para trás!

Eliminando as nossas pesadas memórias, reprovações mentais, o desejo de responder ao ofensor e condená-lo – por este meio limpamos os nossos próprios futuros, isto é, os nossos destinos.

Nós também ajudamos aqueles a quem nós perdoamos, revelando aos arrependidos a liberdade para se tornarem melhores, para ultrapassar, para superar erros, para remover o fardo do sentimento da própria culpa.

E que os perdoados escolham por si mesmos – pecar ou não pecar mais!

Sim, é necessário explicar às pessoas o que é puro e o que é pecado. Sim, toda a gente deve ser ajudada a abrir os seus olhos aos vícios – para que o ser humano, tendo entendido e tendo-se arrependido, possa transformar-se a si mesmo e não pecar mais.

É também importante não olhar para a pessoa pecadora com condescendência, mas antes encher os vossos pensamentos e palavras para com ela de amor e carinho, pois nós queremos ajudá-la!

Sim, devemos ser capazes de ver o mal, mas não devemos odiar as pessoas de mal!

Eu estava espantada ao ouvir Jesus falar.

E então Ele voltou-se novamente para mim e Lázaro:

— Marta, Lázaro! Tentem perdoar a Maria – completamente, totalmente, de forma a que não reste sequer uma sombra de condenação!

Não é fácil para uma alma viver sob uma salva de acusações!

Tu querias realmente proteger Maria das pedras que aquelas pessoas iam atirar-lhe… Mas acusações e sentenças são pedras invisíveis que são atiradas à alma!

A capacidade de perdoar é um poder curativo e, aplicando-o com sabedoria, podem providenciar grande ajuda a vocês mesmos e aos outros.

Encontrem esta habilidade! E depois tanto a vossa vida como a vida à vossa volta serão mais brilhantes e puras!

* * *

Jesus e os Seus discípulos passaram a noite na nossa casa.

No dia seguinte, pela manhã cedo, Maria virou-se para Lázaro e para mim com um pedido:

— Eu devo ir com Jesus. Ele permitiu-o, e peço-vos que entendam e me libertem... Eu irei de qualquer forma, mesmo que me proíbam! Mas peço-vos, deixem-me ir em paz!

N´Ele há a Verdade, n´Ele Deus desceu à Terra e fala às pessoas!

Ele não permite que todos O acompanhem, mas a mim permitiu... Peço-vos, deixem-me ir!

Eu disse em resposta:

— Porque é que Ele precisa de uma donzela entre discípulos masculinos? E tantas coisas más disseram sobre Ele! Agora dirão que uma meretriz caminha com Ele para Lhe agradar…

— Ele não se importa com tais intrigas! Sim, as pessoas frequentemente pensam e falam mal sobre os outros… Ele chama-lhe pecado perante Deus!

E eu mesma também não fui melhor até ao momento…

Mas agora tenho oportunidade de viver pura e luminosamente!

Eu costumava pensar que podia amar… Mas aquilo não era amor verdadeiro! Na realidade, eu queria amor para mim mesma, eu queria ser a amada! Eu – para mim mesma – procurava a atenção e veneração dos homens! Eu queria, para mim mesma, o carinho e admiração da minha beleza!

Mas Jesus… Ele salvou-me, uma extraviada… do mal em mim!

Eles queriam atirar-me pedras, mas Ele Mesmo me protegeu, dizendo:

“Vocês julgam-na, não sabendo nada sobre ela! Vocês julgam, não sabendo o que é verdadeiramente pecado, e o que é amor!

Que aquele que pensa que não tem vícios e vive sem pecados atire a primeira pedra por malícia!”

A multidão acalmou, e Ele continuou:

— Não julguem – e não serão julgados! Perdoem os outros – e Deus perdoar-vos-á a vocês!

Então Ele tocou o meu cabelo gentilmente…

Ele disse: “Minha pura Alvorada! Não peques mais, ao pensar que és uma pecadora!”

Ele Mesmo irradia tal Luz, tal Paz!

Ele Mesmo é Amor incomensurável!

Eu objectei à minha irmã:

— Maria, tu meramente te apaixonaste outra vez! Ele ergueu-se por ti perante as pessoas, e tu já te apaixonaste outra vez!

— Não é isso! Tudo aquilo ao que no passado eu chamei amor não conta! Antes, eu não conhecia o verdadeiro amor! Isto não é fácil de transmitir por palavras…

— E quem serás tu para Ele?

— Uma discípula… E aprenderei a verdadeira vida!

Nesse momento, Jesus entrou na sala, veio até nós, amparou Maria e voltou-se para todos:

— Suplico-vos, deixem-na vir Comigo! O seu destino está a ser decidido agora!

— Mas que dirão as pessoas quando houver uma mulher entre os Teus discípulos, uma entre homens?

— Não temas, Marta! Séculos passarão – e as pessoas dirão que entre os Meus dignos discípulos havia também uma mulher chamada Maria!

* * *

Maria foi com Jesus. O meu irmão Lázaro e eu deixámo-la ir, ainda que relutantemente. Desde então, ela e Jesus quase nunca se separaram. Ela tornou-se a Sua mais chegada companhia e discípula.

E eu… Por muito tempo, estive longe do treino directo. Mas mais tarde chegou para mim a altura de aprender as Profundas Verdades directamente. Para isto eu iria precisar, enquanto amadurecia, de compreender muitas coisas e de me livrar de muitas imperfeições da alma…

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