English Español Français Deutsch Italiano Český Polski Русский Română Українська Português Eesti 中文 日本

Conhecimento contemporâneo sobre Deus, sobre a evolução e o significado da vida humana.
Metodologia de desenvolvimento espiritual.

 
Regulação nervosa e endócrina da função sexual
 

Sexologia/Regulação nervosa e endócrina da função sexual


Regulação nervosa e endócrina
da função sexual

Os sistemas nervoso e endócrino participam juntos na regulação da função sexual. As hormonas sexuais, produzidas pelas respectivas glândulas e córtex supra-renal, distribuem-se por todo o organismo através da corrente sanguínea e criam um fundo informativo global para a regulação dos numerosos componentes do aparelho reprodutor e inclusive de várias estruturas do sistema nervoso. Os chamados “órgãos alvo” para cada tipo de hormona possuem células especiais ou “receptores hormonais” nos quais as moléculas das hormonas se unem com as estruturas moleculares destas células. Mediante este mecanismo, as hormonas iniciam simultaneamente múltiplos processos nos tecidos nervosos, glandulares e outros.

A produção de hormonas sexuais, por sua vez, está regulada pelas correspondentes estruturas do sistema nervoso central, a saber, pelo sistema portal hipotálamo-hipofisário. Neste sistema, as estruturas hipotalâmicas regulam a actividade da hipófise, a glândula endócrina “mais importante” do organismo que, por sua vez, regula, entre outros processos, a actividade das glândulas sexuais e do córtex supra-renal por meio das suas próprias hormonas hipofisárias.

Há três grupos principais de hormonas sexuais produzidas pelas respectivas glândulas e pelo córtex supra-renal: os androgénios (hormonas masculinas), os estrogénios (hormonas femininas) e a progesterona (hormona feminina). A síntese das hormonas sexuais começa com a transformação do colesterol em progesterona, a partir da qual se formam os androgénios e, destes últimos, os estrogénios. Esta sucessão de transformações de hormonas tem lugar no organismo de ambos os sexos, com a particularidade de que os três grupos de hormonas estão presentes nos seus tecidos corporais. No entanto, dependendo do sexo, quer dizer, como consequência das diferenças bioquímicas e histológicas sexuais da estrutura glandular, as hormonas próprias do sexo do organismo são as que se acumulam e secretam principalmente na corrente sanguínea.

Numerosas experiências electrofisiológicas em animais demonstraram que praticamente todas as grandes estruturas cerebrais participam na formação destas reacções do comportamento sexual. Isto pode entender-se facilmente se imaginamos uma grande quantidade de informação que entra no sistema nervoso central tanto a partir do exterior como do interior, e que é processada para depois dar ordens ás numerosas estruturas do corpo.

A comunicação entre o sistema nervoso central e os genitais é levada a cabo através das vias nervosas e pelo sistema endócrino.

As chamadas glândulas sexuais secundárias, entre as quais se encontram as vesículas seminais, também desempenham certo papel na regulação do nível de sexualidade nos machos. Devemos examinar este tema com mais detalhe.

As vesículas seminais são um par de glândulas do aparelho reprodutor masculino que se localizam atrás da bexiga e que se ligam ao canal deferente. A secreção destas glândulas participa na secreção de esperma, cujo componente mais importante é, pelos vistos, a fructose utilizada para nutrir os espermatozóides. As paredes das vesículas seminais têm uma camada de fibra muscular, o que indica a sua capacidade de contracção.

Experiências em rãs, realizadas no século XIX [68], demonstraram que encher artificialmente as vesículas seminais com um líquido produz um brusco aumento do impulso sexual. Existem evidências indirectas de que estas glândulas participam na regulação da sexualidade humana de uma maneira similar [45]. No entanto, isto não foi confirmado nem em experiências com humanos nem com outros animais da classe dos mamíferos.

Em 1978, tentámos clarificar este assunto mediante algumas experiências com coelhos machos da raça chinchila em que se implantaram objectos rígidos nas vesículas seminais. De acordo com a hipótese do trabalho, estes objectos deveriam pressionar uns hipotéticos baroreceptores. Estes baroreceptores enviariam informação aos centros cerebrais que regulam a intensidade do impulso sexual dos coelhos, o que, por sua vez, causaria um aumento deste impulso.

As nossas experiências incluíam a medição do impulso sexual em 8 coelhos machos durante vários dias. O índice deste impulso era o número de tentativas de cópula (expressos no cobrimento dos machos sobre as fêmeas) em períodos de 30 minutos (usámos fêmeas que não estavam no cio para evitar a cópula e para excluir tanto a influência estimuladora das feromonas sexuais da fêmea como o factor da sua actividade sexual).

Sob anestesia com tiopentato (5 machos) ou com éter (3 machos) implantando peças cilíndricas de PVC, com um diâmetro de 2 milímetros e um comprimento de 10 milímetros, em ambas as vesículas seminais dos coelhos.

Os testes foram reiniciados nos 2 dias posteriores ás cirurgias. Avaliámos os resultados comparando o número médio de cobrimentos sexuais durante as 3 últimas sessões de teste anteriores à cirurgia com o número médio das mesmas durante os primeiros 3 dias posteriores à cirurgia.

Para determinar a possível influência sobre os resultados dos testes a) do intervalo de 2 dias entre as experiências e b) da anestesia dos coelhos, realizámos os seguintes testes de comprovação: aos 5 coelhos aos quais não se efectuou a cirurgia deram-se-lhes um intervalo de 2 dias entre os testes, e a outros 3 coelhos não operados injectámos doses, semelhantes às doses dos coelhos operados, de tiopentato de sódio (40 mg por cada quilograma de peso) e também se lhes deram 2 dias entre as provas. À parte disso, extirpámos as vesículas seminais de outros 5 coelhos machos.

Como resultado da implantação dos corpos estranhos nas vesículas seminais, todos os coelhos machos que foram submetidos à cirurgia (salvo um caso em que o implante perfurou a parede da vesícula seminal, pelo que o número médio de cobrimentos sexuais permaneceu sem alterações) demonstraram um aumento médio do número de cobrimentos em 10.6, 10.3, 5.1, 1.8, 1.6 e 1.1 vezes respectivamente (4.7 vezes em média). Apesar das suturas frescas no abdómen, 6 de 8 coelhos demonstraram, logo no primeiro teste pós-operatório, um aumento do número médio de cobrimentos superior ao número médio total dos 3 testes pré-operatórios. Quatro coelhos demonstraram um aumento maior do que o dobro. Todos os 8 machos fizeram um número máximo de cobrimentos durante um dos dias pós-operatórios.

Os resultados dos testes de confirmação foram os seguintes:

Logo depois do intervalo de 2 dias entre os testes, o nível do impulso sexual entre os 5 machos decresceu levemente.

A anestesia dos animais de teste também não aumentou o número de cobrimentos.

Portanto, os resultados descritos anteriormente não podem ser explicados pela influência destes factores colaterais.

A ablação das vesículas seminais de 5 coelhos resultou numa diminuição insignificante do impulso sexual no caso de dois deles (1.9 e 1.2 vezes) enquanto que os outros 3 mostraram um leve aumento (2.4, 1.5 e 1.2 vezes).

Assim, as investigações realizadas provaram que a irritação dos baroreceptores localizados nas vesículas seminais causam um aumento do impulso sexual nos coelhos machos, o qual se expressa no aumento do número de tentativas de cópula. Normalmente, tal impacto nos baroreceptores é produzido pela secreção que se gera e se acumula nas vesículas seminais, e que depois é excretada durante a ejaculação.

À primeira vista, esta conclusão contradiz os resultados dos testes nos quais se extirparam as vesículas seminais, dado que tal extirpação, pela lógica, deveria ter diminuído significativamente o impulso sexual dos coelhos machos. E, com efeito, tais resultados tinham sido obtidos antes em experiências com ratazanas [75, 93], o que levou os seus autores a concluir que a regularidade observada em rãs não se dá em mamíferos. No entanto, essa suposta contradição desaparece se recordamos que as vesículas seminais são apenas um dos numerosos mecanismos que regulam a sexualidade. Estes mecanismos podem ser divididos em a) aqueles que estabelecem o nível geral da sexualidade e b) aqueles que realizam a sua regulação imediata.

Entre os primeiros, encontram-se a influência das hormonas sexuais discutidas anteriormente, a influência activadora das vesículas seminais ao encher-se com a sua própria secreção, a possível acção inibitória da secreção prostática absorvida pelo sangue quando não há ejaculações durante muito tempo [35] e também a influência estimulante ou inibitória dos sistemas simpático e parassimpático do sistema nervoso autónomo.

Entre os mecanismos de regulação imediata encontram-se os reflexos congénitos e adquiridos.

Claro que esta não é uma lista completa dos factores que determinam o comportamento sexual de um ser humano adulto. Os factores éticos, morais e muitos outros também desempenham um papel importante.

O carácter multifactorial da regulação do comportamento sexual assegura uma alta flexibilidade no manejo de todo o sistema reprodutor, o que implica, entre outras coisas, a sua capacidade de continuar a funcionar mesmo quando algumas partes desse mecanismo falham. O melhor exemplo que o confirma é a continuação, nalguns casos, da actividade sexual por um tempo prolongado depois da castração.

Tal carácter multifactorial também permite usar vários métodos e aproximações ao tratar as perturbações sexuais. As perspectivas maiores, neste caso, têm o conhecimento e os métodos práticos que serão examinados no capítulo Aspectos Bioenergéticos do Sexo.

<<< >>>
 
Página principalLivrosArtigosFilmesGaleriaScreensaversNossos websitesLigaçõesSobre nósContato