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Conhecimento contemporâneo sobre Deus, sobre a evolução e o significado da vida humana.
Metodologia de desenvolvimento espiritual.

 
Meditação: Passos para o seu aperfeiçoamento (palestra)
 

Anatomia de Deus/Meditação: Passos para o seu aperfeiçoamento (palestra)


Meditação:
Passos para o seu aperfeiçoamento (palestra)

Uma vez, há muitos anos, fui convidado para uma aula de um grupo espiritual.

No início da mesma falaram sobre alguns problemas organizacionais; e depois o líder anunciou: “agora começa a parte mais importante, a meditação.”

Esperei com interesse. Esperei e esperei. Dez ou quinze minutos decorreram em silêncio. De repente, o facilitador anuncia que a meditação tinha terminado e que todos podiam regressar a suas casas.

Descobri que essas pessoas entendiam a meditação como o ato de sentarem-se em cadeiras em silêncio.

Recordo-me de outro caso semelhante. Os pais de um menino de seis anos, que frequentavam aulas de Hatha Yoga, entraram certa vez no quarto do seu filho e viram-no sentado imóvel na sua cama, com os olhos fechados e as pernas cruzadas.

Perguntaram-lhe:

“Que estás a fazer?”

“Estou a meditar!” — respondeu o menino.

A sua compreensão da meditação era similar à do grupo espiritual, anteriormente mencionado.

Outros entendem a meditação apenas como um pensamento cuidadoso sobre um determinado assunto, por exemplo, sobre o "Amor", "Deus", etc.

Do mesmo modo, nalguns dicionários a palavra meditação é interpretada como ato de pensar profundamente sobre algo.

Em vez disso, o objetivo da nossa conversa de hoje é de analisar seriamente este assunto.

* * *

Pode definir-se o termo meditação como o esforço individual para o desenvolvimento de si como alma ou consciência. Este desenvolvimento implica a autoregulação psíquica (a mestria das próprias emoções), o crescimento quantitativo e refinamento da consciência, o conhecimento direto de Deus e a consequente União com o Seu Aspeto de Consciência Primordial e de Absoluto.

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O desenvolvimento evolutivo de cada pessoa implica três componentes principais, intimamente relacionados entre si: o intelectual, o ético e o psicoenergético.

A meditação é o principal meio de realização do terceiro desses componentes, em primeiro lugar. Mas também pode acelerar significativamente o crescimento dos dois outros componentes.

Agora, gostaria de destacar uma regra muito importante do trabalho espiritual: o treino meditativo não deve ir além do componente ético do desenvolvimento pessoal e não deve exceder a sua capacidade intelectual na atual encarnação!

Por outras palavras, a iniciação a meditações complexas não deve ser ensinada só porque alguém o deseja. Além disso, é preciso ter em consideração, entre outras coisas, a idade ontogenética do aluno (ou seja, a idade na sua encarnação atual), como também a idade psicogenética (ou seja, toda a evolução pessoal desta alma).

Por conseguinte, professores e praticantes devem ter cuidado no que diz respeito à prática da meditação.

Por outro lado, existem meditações que são absolutamente seguras de praticar, trazendo benefícios a todos, incluindo crianças. São, por exemplo, a sintonia com a harmonia e a beleza da natureza, mostrada nos nossos filmes e galerias de fotos; a sintonização com obras apropriadas de diferentes tipos de arte, incluindo música, canto, dança, etc.

É importante entender que o refinamento da BELEZA, o desenvolvimento das emoções do amor, a renúncia a todas as manifestações de grosseria são os primeiros passos para longe do inferno, aproximando-nos, cada vez mais do nosso Criador!

Pelo contrário, as pessoas que cultivam qualidades grosseiras têm como destino a vivência de doenças físicas e mentais e outros tipos de sofrimento durante a vida no corpo. Além disso, depois da morte do corpo, elas aparecem nas dimensões espaciais grosseiras (éons, lokas) entre outros seres semelhantes; isso é o que constitui o inferno.

É deveras importante que todos apliquem estes conhecimentos a si mesmos. E também é essencial transmitir isto a pessoas de todos os países e confissões!

O lugar em que cada um se encontra, seja o inferno ou o paraíso, não lhe é destinado por pertencer a esta ou aquela organização religiosa, nem pelas suas ações, mas antes pelas qualidades da sua alma!

O destino daqueles que se acostumaram com a grosseria interior é o inferno.

Por outro lado, o paraíso é daqueles que são amorosos, tolerantes, que perdoam e são refinados.

E quem, mediante o seu autoaperfeiçoamento, alcança o nível de refinamento do Criador pode conhecê-Lo e Unir-se a Ele!

Imagine como a vida na Terra seria muito melhor se este conhecimento chegasse a ser património de toda a humanidade!

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Assim, o primeiro passo para o aperfeiçoamento da arte de meditar é a sintonização com o belo e o sutil, com a BELEZA!

O segundo passo implica aperfeiçoar as funções do coração espiritual. Já analisámos este tema em detalhe noutros artigos e livros, por exemplo em Ecopsicologia, pelo que o abordarei de forma breve.

O coração espiritual pode começar por desenvolver-se no chacra anahata localizado no centro do peito. Então, se se praticarem os esforços espirituais necessários, ele pode crescer e tornar-se maior do que o anahata, e até mesmo do que o corpo inteiro. Pode, ainda, continuar a crescer e tornar-se de tamanho tão grande quanto o nosso planeta, ou até maior!

No processo deste desenvolvimento, o praticante move-se como consciência para dentro dele, tornando-se um coração espiritual.

E só nas profundezas multidimensionais do coração espiritual desenvolvido — que abrange o espaço acima e abaixo da superfície do nosso planeta, bem como ao seu redor — o praticante pode conhecer diretamente o Criador!

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Talvez já saiba que criámos, testámos, publicámos, e até demonstrámos em filmes de vídeo, um sistema de autorregulação psíquica muito eficaz. No passado ensinámos este sistema em muitos sítios expondo, primeiramente, os fundamentos teóricos, incluindo os princípios éticos propostos por Deus. Em seguida, os alunos aprendiam técnicas de relaxamento e exercícios psicofísicos, ajudando a criar as condições adequadas para a transformação da esfera emocional e, permitindo purificação bioenergética. Isto criava um efeito de cura mesmo nos primeiros estágios de aperfeiçoamento desse sistema e permitia que a pessoa se livrasse de muitas doenças. Em seguida, os chakras e os meridianos principais eram purificados e desenvolvidos com a ajuda de métodos especiais, o que resultou, entre outras coisas, na melhoria da saúde do corpo e da alma. Durante todo o curso, muita atenção foi dada ao fortalecimento do corpo (incluindo a natação de inverno, ou banhos de água gelada), à comunhão com a natureza e sintonia com o belo. A ênfase principal foi sempre posta no desenvolvimento dos corações espirituais.

Afinal, só os corações espirituais desenvolvidos permitem experimentar a vontade pessoal e manter, apesar de qualquer circunstância difícil, os estados de amor puro, luminosos e altruístas! Isto garantiu, no mínimo, o paraíso a todos aqueles que conseguiram atingir esses estados durante as aulas, e os mantiveram depois de terminar o curso.

Não obstante, alguns alunos abandonaram essas perspetivas. Por exemplo, alguns deles tentaram “ser novamente como todos os outros” e, nalguma festa, beberam a sua taça de champanhe, sabendo que este trabalho não é compatível com o consumo de álcool ou outras drogas. Outros alunos voltaram à nutrição não vegetariana.

A Nutrição livre de matança (ou seja, baseada em vegetais, produtos lácteos e ovos) é a única dieta correta para todas as pessoas. As principais razões para isso são duas:

A primeira é ética. O Amor, como estado de alma e estilo de vida, é incompatível com a matança de animais para satisfazer a gula egoísta!

A segunda é a contaminação bioenergética. Muitas almas de animais mortos passam a estar nos corpos das pessoas que os mataram ou comeram. Estas almas podem sentir-se bastante injuriadas e por vezes quererem vingança. Tais seres são chamados demónios e podem causar diversas enfermidades somáticas e mentais.

(Sobre outros tipos de consequências negativas da nutrição não vegetariana e como escolher uma dieta ideal, podem ler os nossos livros, por exemplo: Ecopsicologia).

Porque menciono isto agora? Para ilustrar a ideia de que pode ser prejudicial ensinar o componente prático da ciência espiritual às pessoas que não amadureceram os princípios éticos.

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Agora, voltemos ao assunto do desenvolvimento do coração espiritual.

Para que se progrida mais rapidamente neste trabalho deve-se limpar o chacra anahata, o que se consegue com técnicas energéticas.

Por exemplo, o praticante visualiza a entrada no chakra (por trás), da imagem de um tetraedro branco, girando rapidamente no sentido anti-horário. O efeito desta técnica é semelhante ao efeito de uma broca dentária ao entrar num dente cariado.

Outra técnica é a de introduzir no chacra, purificado pelo tetraedro, o som do mantra “ya-a-a-m” cantado de forma suave e amável.

Então, também se pode introduzir no anahata imagens de belas flores perfumadas, como rosas ou lírios-do-vale. Também se pode ouvir o canto primaveril dos pássaros soando no chakra — pássaros como piscos, chapins ou outros cantores gentis.

Quando o chakra se torna puro e amplo, podemos aprender a perceber-nos (como almas) inteiramente dentro dele — e a empurrar as paredes do chakra por dentro com a ajuda das mãos da alma. Primeiro, praticamos empurrar uma parede após a outra, e depois todas as paredes em todas as direções simultaneamente. Deste modo, começamos a expandir o chakra.

Também devemos aprender a ver a partir do anahata. Destacamos que no princípio só aprendemos a olhar, não a ver. A capacidade de ver é adquirida mais tarde.

Precisamos aprender a olhar a partir do anahata não apenas para a frente, mas também para trás; isto é muito importante.

Neste sentido, o exercício feito aos pares pode ajudar-nos, ou seja, um parceiro pode acariciar suavemente a área do anahata nas costas do outro, ou desenhar números ou letras que aquele deve identificar. A seguir, podemos trocar de papéis.

Este jogo, útil e agradável, pode agradar até mesmo a crianças pequenas. A memória de tais jogos ajudará a que desenvolvam os seus anahatas quando crescerem.

Se a pessoa nem mesmo é capaz de entrar com a consciência no anahata e nele permanecer, deve prestar atenção à purificação dos outros chakras, em particular os chakras da cabeça. A questão é que a contaminação desses chakras atrai e fixa a consciência ali, e isso não permite que se entre no anahata.

Também pode ser útil praticar os exercícios psicofísicos descritos nos nossos livros e filmes.

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Por que precisamos aprender a olhar para trás a partir do chacra anahata?

A questão é que, ao olharmos sempre para a frente habituamo-nos somente a ver objetos materiais.

E, olhando para trás, livramo-nos desse estereótipo. Além disso, quando olhamos para trás a partir do anahata, os nossos indriyas da visão da alma passam pelo meridiano de refinação, chamado chitrini. E isso facilita aprender a ver dentro de éons ou planos sutis, que estão próximos da Morada do Criador.

Se não conseguirmos, então devemos prestar mais atenção à limpeza dos meridianos, especialmente o sushumna e o chitrini.

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Então, será mais conveniente continuar esses treinos na natureza, preenchendo os "casulos" energéticos de árvores fortes e saudáveis que crescem em espaços abertos, connosco mesmos como anahatas. Deixe-me observar que os carvalhos não são adequados para este propósito: a sua energia é desfavorável ao refinamento da consciência. É melhor procurar plantas favoráveis a este trabalho entre bétulas primavera (espécie betula pubescens), também entre abetos vermelhos, pinheiros, lariços, choupos, etc.

Depois podemos propagar-nos, como corações espirituais, acima da extensão do mar, ou acima de grandes lagos, acima da estepe, acima das montanhas.

Também podemos convidar Jesus e outros Mestres Divinos, os Espíritos Santos, para os nossos anahatas.

Aprendemos a ver as Suas Formas de Consciência gigantes, chamadas Duplos Maha, consistindo de Luz Divina invisível aos olhos físicos.

Assim, pouco a pouco, mês após mês, ano após ano, ficamos mais próximos do estado em que somos capazes de perceber (ou seja, de ver, de ouvir) os Espíritos Santos, de falar com Eles, de Unir-nos com Eles nos Seus duplos Maha. Nessa altura Eles tornam-se Mestres pessoais daqueles que alcançaram este nível de desenvolvimento.

Mas este não é o limite das nossas oportunidades de crescimento espiritual. A próxima tarefa é chegar à Morada do Criador, de onde vêm os Espíritos Santos para ajudar-nos a nós encarnados.

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Então, o desenvolvimento do praticante pode continuar do seguinte modo: o seu Mestre Divino não encarnado, usando o Seu duplo Maha, leva-o diretamente à União com a Consciência Primordial. Por outras palavras, este discípulo une-se ao seu Amado Mestres e cresce, gradualmente, como consciência dentro Dele ou Dela, tornando-se semelhante ao Mestre, tanto na qualidade como no tamanho da alma (ou consciência). Tendo assim preenchido todo o duplo Maha, tal discípulo continua, depois, com o seu crescimento na Morada do Criador, da qual procede o duplo Maha do Mestre.

Provavelmente, desta forma, os discípulos de Mestres como Krishna e Jesus alcançaram a plenitude da perfeição, tornando-se Divinos.

Por outro lado, nós fomos conduzidos por Deus de um outro modo para que tivéssemos a oportunidade de conhecer mais amplamente as possibilidades humanas de crescimento, nestas fases de desenvolvimento e, por assim dizer, a anatomia de Deus.

Por isso também fomos apresentados a muitos Instrutores Divinos. Todos com o mesmo nível Divino de refinamento de Consciência, procedendo de uma única Morada comum. Todavia, cada Mestre alcançou a perfeição no seu passado humano, com certas peculiaridades individuais, descritas nas suas biografias e no nosso livro Obras Clássicas e Contemporâneas da Filosofia Espiritual. Isso agora permite que todos no Caminho para o Criador beneficiem dessa experiência diversa.

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Deixe-me também contar como fomos guiados ao estado de Nirodhi.

Eles ensinaram-nos o mecanismo da "dissolução" da consciência muito antes de começarmos a unir-nos com os Espíritos Santos e com a Consciência Primordial. Aconteceu graças ao aperfeiçoamento do estado de reciprocidade total em lugares especiais de poder. Além disso, os nossos Instrutores Divinos mostraram-nos esses lugares de forma gradual e em ordem crescente de complexidade. Deste modo, nós que não sabíamos nada sobre o processo para alcançar o estado de Nirodhi, pudemos gradual e lentamente assimilar o complexo material em “pequenas doses”.

Também menciono, para melhor clareza, que não tínhamos um Mestre Divino encarnado que pudesse explicar-nos tudo isto em linguagem compreensível. Note que desde o início, até agora, temos sido guiados pelos Representantes não encarnados do Criador.

Então, deixe-me repetir que primeiro foi-nos ensinada a reciprocidade total, que eventualmente leva à realização do estado de Nirodhi, mediante demonstração do seu mecanismo, primeiro em pequenos volumes de espaço e depois, gradualmente, em escalas muito maiores, até à escala universal.

Por que falo extensivamente sobre este assunto? Porque é muito difícil ensinar a reciprocidade total! Não se pode fazer só com o uso de palavras pois é muito pouco vulgar a pessoa poder passar do estado normal de sentir o “eu” e entrar no estado de “não-eu”! Como é possível existir como “não-eu”? Como aprender a mudar facilmente, a qualquer momento, do “eu” — para o “não eu”, e vice-versa?

Mas agora é-nos fácil fazê-lo. Veja a demonstração da meditação. Exteriormente, pode ver que nada acontece com o meu corpo: por exemplo, posso sentar-me, ficar de pé, andar, falar… Até a minha expressão facial não muda muito.

Para que aprender todo este processo? Para poder, depois de ter conhecido Deus em toda a Sua Grandeza Universal, entrar facilmente em União com Ele ou, em outras palavras, entrar no estado de Nirvana.

E por que faz sentido ensinar "o desaparecimento de si mesmo" tão cedo, como foi feito no nosso caso? Porque este método pedagógico suprime, com segurança, a possibilidade do desenvolvimento do orgulho e da auto-admiração nos alunos, pelas suas realizações pessoais!

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Também quero aqui falar sobre como estudamos a estrutura do Absoluto.

Sim, os nossos Instrutores mostraram-nos todas as eras do Absoluto. Mas não foi tarefa fácil organizá-las num diagrama com sequência lógica. Digamos que estas “recusaram-se” a serem organizadas numa sequência simples de “degraus” da escala de sutileza-densidade!

Afinal as suas posições relativas revelaram-se muito mais complexas! Refiro-me, aqui, ao diagrama de estudo da estrutura do Absoluto apresentado no livro Ecopsicologia.

Falemos de como trabalhar com este diagrama.

É claro que, antes de mais nada, devemos dominar tudo o que precede essa etapa de trabalho sobre nós próprios.

Então (de preferência em lugares especiais de poder), saímos da parte inferior do anahata, na direção para trás e ligeiramente para baixo e deste modo encontraremos um espaço de calma suave e gentil, semelhante à harmonia de uma noite quente do sul com muitas estrelas vistas em toda a parte. Este é o éon de protoprakriti: um “depósito” universal de partículas elementares destinadas à criação de objetos materiais, incluindo estrelas e planetas. Esta é uma das camadas atrás do Espelho.

E a propósito, de onde vem a expressão “atrás do Espelho”?

Um espelho de material normal tem dois lados: um claro (quando está iluminado), e outro escuro.

Na realidade cósmica multidimensional o espelho é uma membrana invisível à visão comum, que divide um grupo de eras. Pode-se encontrar este espelho atrás do seu próprio chakra anahata.

Em frente aos nossos corpos materiais vemos a luz (diurna ou artificial), mas tendo passado pelo espelho, chegamos a um espaço onde não há luz brilhante. É por isso que os termos Espelho e atrás do espelho foram escolhidos para descrever esses fenômenos.

Se descermos atrás do espelho até às profundezas multidimensionais, chegaremos a dois outros éons com luminosidade crescente. Estes também devem ser explorados, porém não devemos permanecer neles para sempre.

Também devemos aprender a permanecer em todos os outros éons apresentados no diagrama acima mencionado exceto, claro, o inferno.

Para não levantar dúvidas sobre a credibilidade deste diagrama, deixe-me explicar o seguinte:

Isto diz respeito à relação entre o objetivo e o subjetivo.

Os éons de que falamos neste momento existem objetivamente, ou seja, existem independentemente da existência ou inexistência do sujeito ou sujeitos, e das suas opiniões.

Mas, ao mesmo tempo, quem estuda esses éons convence-se de que, se preencher esses éons como consciência, todos se moverão e girarão junto com o seu corpo material.

Então o que é que isso significa? Auto-deceção? Uma ilusão da perceção?

Não. A questão é que o diagrama mostra apenas as entradas nos éons, não os éons em si. Além disso, cada um de nós, pessoas, desde o nascimento tem essa “construção” multidimensional “ligada” ao corpo. Este é o nosso potencial que podemos usar, ou não, durante o tempo das encarnações terrenas. Ou seja, todos têm uma escolha:

— permanecer no mundo da matéria (prakriti) se lhe dedicarem a vida inteira e se a ela se apegarem;

— ir para o inferno se cultivarem a aspereza emocional (ou se se entregarem às já existentes);

— ou dedicar a vida ao estudo dos éons do Absoluto com ênfase nos mais sutis, incluindo o éon de onde provêm os Representantes do Criador.

Em relação ao que foi dito acima, é oportuno lembrar a declaração bíblica de que o homem foi feito à imagem de Deus. Contudo, essa semelhança não tem nada a ver com a aparência corporal. Diz respeito à estrutura multidimensional do Absoluto, e ao potencial multidimensional de cada um de nós, que discutiremos agora.

Quando já aprendemos a permanecer nos três éons atrás do Espelho, pode parecer que o mais profundo é o da Morada do Criador. Mas isso não é verdade. Este éon é apenas um agregado dos potenciais Átmicos das pessoas. Por outras palavras, aqui cada pessoa pode encontrar o seu Componente Principal (potencial ou já realizado): o Atman.

Mas o Paramatman (o Divino Atman, a Essência do Absoluto, a Consciência Primordial, o Criador, Deus-Pai, Alá, Ishvara, Tao, Turiya) também se encontra aqui, entre duas dessas estruturas Átmicas do praticante.

Para conhecê-las, há que trabalhar com elas do lado direito e do lado esquerdo.

* * *

Em suma, na nossa conversa de hoje, propus-me descrever brevemente os passos mais importantes do Caminho da autorrealização espiritual do homem. No início, discutimos como se fazem as primeiras tentativas para “abrir” o coração espiritual e, no fim, como conhecer o Criador na Sua morada e unir-se a ele.

Certamente notou que há etapas do desenvolvimento sobre as quais não falei. Por exemplo, sobre a Kundalini, sobre os segmentos verticais, sobre o Nós Unido, sobre o “Sol de Deus”, ou como divinizar a matéria do corpo. Porquê? Porque exigiria mais tempo. Contudo, pode encontrar todas estas importantes informações nos nossos livros e artigos.

Terminando a minha palestra, gostaria de pedir-vos que não pensem que todas as etapas descritas podem aprender-se rapidamente! Não, pelo contrário, é preciso dedicar-lhes a vida inteira!

Desejo-vos sucesso!

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