Os ensinamentos originais de Jesus o Cristo/Amor a Deus

Amor a Deus

O princípio ético fundamental da nossa relação com Deus deve ser o amor por Ele. “Amarás o Senhor teu Deus! (...)”, este foi o mandamento do Antigo Testamento que Jesus considerou como o mais importante nos Seus Ensinamentos. (Marcos 12:28-34)

O amor por Deus é, entre outras coisas, a atracção por Ele: a atracção por O encontrar, com Ele comunicar e Unir-se. A União com o Pai Celestial é a Meta Mais Alta e a Última. Sem amor-atracção para com Ele, não pode ser alcançada.

Mas estaríamos enganados se todos começássemos e exigir-nos uns aos outros: “Ama Deus! Ama Deus!” e nos puséssemos a ler orações e a fazer reverências o dia todo. Isto seria absurdo. No entanto, há pessoas que se comportam exactamente assim.

Nós já discutimos que apenas os buscadores intelectual e eticamente maduros são capazes de conhecer Deus Pai. A tarefa do resto é esforçar-se conscientemente por conseguir essa maturidade recebendo educação e trabalhando pelo bem de Deus e das pessoas, aprendendo a amá-las a elas e a todos.

E mais, é possível conhecer Deus apenas através do trabalho meditativo. Mas se pessoas imaturas participarem nisto, elas transformam tal trabalho sério numa brincadeira infantil, o que às vezes pode conduzir a perversões éticas grosseiras que podem desencadear alguma perturbação mental.

As observações práticas demonstram que é melhor manter muitas pessoas afastadas do ímpeto religioso já que, afinal de contas, elas não podem fazer nada de bom ali. Por exemplo, actualmente na Rússia há muitos grupos e comunidades pseudoreligiosos nos quais a ideologia das pessoas é uma mistura de urinoterapia (uma prática que consiste em consumir a própria urina), fascismo e astrologia; ao mesmo tempo, estas pessoas têm ícones da igreja ortodoxa nas suas casas, pintam ovos de Páscoa e consideram-se cristãs. Se tais pessoas, para além disto, começam a praticar o espiritismo ou estabelecem “contactos telepáticos” com “representantes de civilizações extraterrestres”* e depois cedem ao temor místico (o que é bastante fácil em tais casos), então nem mesmo os psiquiatras conseguem ajudá-las.

Outro exemplo típico russo do caminho que conduz à esquizofrenia é a situação que se dá quando as pessoas, incapazes de compreender alguma coisa séria sobre Deus, se submergem num ambiente religioso massivo e primitivo, onde apenas adquirem ideias sobre um mundo cheio de demónios, vampiros, bruxos e “zombis”. Teria sido muito melhor se elas tivessem permanecido ateístas em vez de terem aceitado tal “fé”!

Ninguém explicou a estes coitados, de uma forma compreensível para eles, que é Deus, onde O encontrar, que é o que Ele nos ensina e que devemos fazer relativamente a isto. Tão pouco lhes explicaram que o que devemos procurar com a mente é Ele, e não os demónios ou diabos, porque realmente atraímos com a nossa atenção aquilo em que pensamos.

Então, o que devemos fazer sabendo que Deus existe?

Primeiro devemos, pelo menos, tentar lembrarmos da Sua existência e percebê-Lo como a nossa Meta, ainda que seja, a princípio, como a Meta da nossa busca intelectual.

Segundo, devemos esforçar-nos por nos aperfeiçoar cumprindo assim a Sua Vontade (“(...) Sejam perfeitos, assim como o vosso Pai no Céu é perfeito.” (Mateus 5:48). Tal aperfeiçoamento inclui, antes de mais: a) o auto-desenvolvimento intelectual por todos os meios possíveis e b) a auto-transformação ética através do desenvolvimento consciente das qualidades positivas em si próprio e da luta contra as negativas, assim como também através do amor-serviço a outras pessoas, durante o qual tentamos ajudá-las em tudo o que é bom facilitando as suas vidas terrenas e o seu crescimento espiritual.

Através da ajuda a outras pessoas aperfeiçoamo-nos aprendendo, sob a guia de Deus, o Amor, a Sabedoria e o Poder — os três aspectos principais da Perfeição. Este processo decorre com mais êxito se Lhe pedirmos que nos ajude neste serviço e se mostramos sensibilidade aos Seus conselhos e instruções, que podem chegar-nos em forma de Revelações, sonhos, acções e insinuações dadas por Ele através de outras pessoas, livros, etc.

E que devemos fazer se não temos amor por Ele, mas queremos ter? É difícil enamorar-se de Deus, a quem não podemos ver nem experienciar ainda. E para muitas pessoas isto é até impossível num futuro próximo. Por isso Jesus propôs que primeiro aprendamos a amar-nos uns aos outros e, através disto, desenvolvamos a nossa capacidade de amar!

O amor é uma emoção. Uma emoção é um estado de consciência. O amor também é um estado da Consciência de Deus.

A fúria exacerbada é um estado dos habitantes do inferno. O ódio leva-nos ali. Por outro lado, o amor, se o temos, pode levar-nos a Deus. Então, que devemos desenvolver em nós?