AvalokiteshvaraSobre alcancar o NirvanaEscrito por Anna Zubkova Editado e traduzido de russo para inglês Traduzido do inglês por O Bodhisattva* Avalokiteshvara apresentou-Se a nós há dois anos. Ele prometeu que, quando o tempo chegar, ajudará a reavivar o verdadeiro Budismo na Terra. E agora Ele começou a abrir para nós ligeiramente as Suas ideias. Ele conduziu-nos a um dos Seus sítios favoritos na floresta, que já tínhamos visitado antes. Aqui, Ele é visto como a Transparência Dissolvente. Avalokiteshvara mostrou-nos a Sua Aparência: olhos brilhantes com a mais profunda Ternura… Eles atraem para as Suas Profundezas, mergulhando a pessoa na Calma Primordial Infinita… O Seu sorriso, tocando levemente os Seus lábios, brilha a partir das Profundezas. É interno, não externo… Depois de nos mostrar a Sua Aparência, Avalokiteshvara dissolve novamente os Seus limites visíveis. Apenas a sensação clara da Sua Presença e o Seu Toque Abençoador permanecem… O Seu Carinho – suave e gentil – abraça e acaricia-nos de todos os lados… É semelhante a uma brisa suave no calor, ou ao calor do sol matinal, ou a uma calma e simétrica chama de uma fogueira que já ardeu por muito tempo… E, por todo o lado nas Suas Profundezas, está a Paz Transparente total da União completa em Um com a Consciência Primordial de todo o universo… Quando já nos tínhamos unido com Ele na Sua Transparência, Ele começou a dizer: — Quão simples é viver, seguindo o Caminho da paz interior e cumprindo apenas Boas acções! O verdadeiro Budismo é trazer pureza, calma e paz dentro de si mesmo. A palavra shanti é muito mais compreensiva, comparando com as palavras paz e tranquilidade. Ao contrário destas palavras, shanti não significa nem ociosidade, nem letargia, nem preguiça, nem perda de tempo. Reestruturar a vida para permanecer no êxtase do sattva é o trabalho da transformação tanto de nós próprios como do mundo à nossa volta. Mas esta transformação não é levada a cabo através da luta contra o mundo para o mudar para como “eu quero” – e sim através da mudança de nós próprios de tal maneira que muitas pessoas à nossa volta também desejem permanecer na mesma harmonia. Isso é não-violência. A inofensividade consciente (ahimsa*) e a oferenda de amor, harmonia e paz são importantes para começar a jornada espiritual da alma. Para além disto, também devemos atingir a pureza tanto em objectivos como ideais, pensamentos e estados da alma. O verdadeiro Budismo é o Caminho da justiça e compaixão, amor-bondade, silêncio e paz da alma. O Budismo ensina-nos a viver sem causar preocupações desnecessárias a quem quer que seja no universo, e em lugar disso amar e dar afecto gentil aos outros. E, ao viver desta maneira, um aprende a dissolver-se gradualmente na Vida Real, isto é, na Infinidade da Existência de Deus, a Existência do Criador de todo o “universo manifestado”. Como resultado, um desaparece enquanto “eu” individual no grandioso estado de Fusão com a Consciência Divina Primordial, sentindo-se a si mesmo como sendo só Ele. Depois vem o sentir que não há nada para além d´Ele, Aquele que vive em tudo, incluindo todos os corpos materiais. E Ele recebe em Si Mesmo todas as Consciências merecedoras no fim da da Sua longa viagem para Casa. Este estado do “eu queimado” chama-se Nirvana. Tal Asceta torna-se Parte da Consciência Primordial e pode manifestar a Vontade do Um. Isto é Nirvana – no qual um está completamente dissolvido em Deus. Este não tem outra vida para além da Vida de Deus! E a Vida de Deus é uma de Amor e Carinho por todos os seres: pelo seu desenvolvimento e aperfeiçoamento. Os Meus Ensinamentos de Bodhisattva foram exactamente estes. Enquanto se prepara para o estado de Bodhisattva, um asceta adquire a capacidade de esperar paciente e pacificamente por aquele momento único para agir – para agir quando o universo revela o momento correcto para esta acção particular. A paciência é parte da grande Sabedoria dos Bodhisattvas. Falarei sobre este Caminho através de parábolas curtas. Espero que o Meu Amor, sendo expresso agora no estilo de sabedoria lacónica, ajude um grande número de pessoas que tenham a paciência para ler ou ouvir os Meus pensamentos. Que as Minhas palavras, tal como o som de um sino no ar límpido, ajudem as almas preparadas a acordar do seu sono! O Mestre sentava-se imóvel na posição de lótus. Os discípulos perguntaram: — Como consegues sentar-Te aqui e não fazer nada enquanto há tantos problemas na Terra?! — Eu não os aumento, e isto, por si só, já é fazer muito… E permanecendo no estado de Calma, vejo aqueles raros momentos nos quais as Minhas palavras ou acções podem trazer benefício e reduzir o sofrimento e a angústia. E então – eu ajo. Um dia, um homem repreendeu o Mestre: — Tu poderias conduzir toda a humanidade à Libertação, mas apenas ensinas as pessoas a amar todos os seres e a não fazer mal. Mas isto é tão pouco! O que fazes não é mais do que uma gota no oceano! — Sim, mas o oceano é feito de gotas! Todas as acções grandiosas começam por pequenos inícios! Para acender uma chama, é necessário primeiro fazer uma faísca… A transformação das almas é similar: começa com esforços simples. O Grande Caminho para o Nirvana torna-se possível só após uma pequena chama de amor ser acesa no coração espiritual do buscador espiritual! Alguém perguntou ao Mestre como conquistar a dúvida e a incerteza. O Mestre respondeu: — Tudo aquilo que um tem pode ser usado para seu benefício ou para seu malefício. Se não acreditas no sucesso, então não deves sequer começar a jornada! Para quê começar um caminho para o qual no fim visualizas apenas derrota? Tão pouco deverias começar qualquer acção se a consideras insignificante. Isto é um desperdício do tempo precioso no corpo! Mas, se não analisas criticamente a correcção dos teus próprios passos num caminho seleccionado – então é possível perderes-te tanto que serás obrigado a voltar para trás durante muito tempo. Particularmente, se não pensas sobre que bem ou mal virão ao mundo através das tuas acções, então causarás muitos problemas para os outros e para ti próprio! A indecisão e as flutuações são inerentes a uma mente perturbada. Aprende a submergir a mente na paz do coração! Apenas no coração espiritual desenvolvido podes sentir a Verdade! Apenas nele podem os Bodhisattvas mostrar a escolha certa! Quando aprendes a manter a tua mente no silêncio do coração espiritual, as tuas próprias análises críticas ajudar-te-ão então. As dúvidas transformar-se-ão então na capacidade de discernir entre o bom e o mau, certo e errado. Isto ajudar-te-á a evitar erros e fortalecer a tua confiança no Caminho do Amor e Bondade! Só o amor do coração te permitirá fazer a escolha certa em cada momento. Todos os dias, estudantes e pessoas curiosas vinham ao Mestre e ouviam as Suas instrucções e explicações. Dia após dia, Ele não apenas lhes dava os mandamentos da bondade, compaixão e da natureza da ordem do mundo, mas também lhes ensinava a mergulhar no silêncio interior, e como dominar meditações. Mas um dia o Mestre disse: — Ensinei-vos tudo o que era suposto ser ensinado. Agora todos devem continuar a desenvolver-se a vocês mesmos! — Disseste-nos tudo o que Tu Próprio sabes? Não tens nada mais a ensinar-nos? – perguntaram alguns ouvintes desapontados, que acreditavam que só por ouvir os discursos do Mestre e por estar na Sua presença se tornariam perfeitos… E muitos destes ouvintes foram procurar outros gurus… para ouvir e ouvir as palavras de sabedoria… Apenas alguns ficaram com o Mestre para que pudessem ajudar os Seus estudantes principiantes. E eles, ao fazer isto, descobriram por si mesmos os passos seguintes no Caminho e receberam ajuda do Mestre. Foram bem sucedidos! Por muito grandiosas que sejam as capacidades de um Mestre, cada estudante deve superar o Caminho por si mesmo! E por muito grandioso que seja o Professor, Ele não tornará os discípulos Iluminados! A tarefa do Mestre consiste apenas em especificar o Caminho e explicar como o percorrer. Um estudante disse ao Mestre: — Finalmente superei o orgulho! — Isso não é verdade, meu amigo! Se isso tivesse acontecido, não Mo dirias! Antes preferirias permanecer na felicidade de existir no Fogo Divino do Nirvana – em lugar de te gabares sobre os teus sucessos! Um homem perguntou ao Mestre sobre como não ficar triste por falhar e não ficar orgulhoso pelas suas vitórias sobre os rivais. O Mestre disse: — Quando te dominares a ti mesmo, já não terás quaisquer falhanços ou rivais! Um estudante argumentava constantemente, discutindo afirmações de livros com outros estudantes – em vez de meditar. O Mestre repreendeu-o gentilmente: — Em vez de abrir a boca novamente, seria melhor abrir a tua mente à sabedoria, e a alma à calma interior! A clareza de entendimento desaparece facilmente na excitação dos pensamentos. Mas, quando a mente é calma, a verdade torna-se aparente! Não ganharás sabedoria apenas através de livros! Tens que abrir a sabedoria em ti mesmo, tornando-te uma alma que cognizou a Consciência Primordial! Só então haverá sabedoria – e esta sabedoria será tua! Só então a sabedoria d´Aqueles que Alcançaram se tornará a tua própria sabedoria! Eu gostaria que todos fossem dotados da sua própria sabedoria. E ninguém é capaz de te dar tal sabedoria; deve ser alcançada através dos teus próprios esforços! Alguns estudantes queriam obter previsões do Mestre sobre o futuro. Também lhe pediram que lhes contasse sobre as suas vidas passadas. Ele respondeu: — Quem quer que, numa agitação constante, está demasiado preocupado com o seu próprio futuro ou se preocupa com o seu próprio passado, perde o presente! E seria correcto aprender a viver no verdadeiro presente, isto é, na verdadeira Existência Divina! Os eventos vão e vêm… O passado e o futuro estão ligados através de cada momento do agora. Que a vida humana, em cada momento, em cada momento do agora, seja preenchida com paz, amor, ternura e beleza! Isto tornará cada novo momento ainda mais belo e saturado de verdadeira felicidade! Isto é vida na crista da onda do Oceano da Consciência Divina. Ou, o mergulhar nas Profundezas da Sua Infinidade! Certa vez, o Mestre e os Seus discípulos estavam nas montanhas. Um estudante usou o seu pé para empurrar uma pequena pedra pela beira de um precipício – para ver como cairia ao fundo… A pedra, colidindo com outras pedras, causou um deslizamento de rochas. O rugido ouviu-se a uma grande distância. O desencorajado estudante olhou com culpa para o Mestre. — Porque é que quebraste a paz e tranquilidade? — Não queria fazer isso… Peço perdão! Eu… só por curiosidade… queria ver quão fundo era… — Bem, que isto seja um exemplo para todos: mesmo uma pequena acção vazia de boas qualidades e que perturba a paz pode levar a grandes consequências. Uma pequena pedra atirada para o abismo – pode provocar um deslizamento de rochas nas montanhas. Uma pequena querela entre duas pessoas – pode escalar para ódio e torná-las inimigas para a vida. A vingança de algumas pessoas sobre outras – pode crescer até enormes guerras sangrentas entre nações. Como uma avalanche, os efeitos de qualquer acção podem amplificar-se. Portanto, nunca quebrem a calma, paz e harmonia em vão! Nunca deves atirar uma pedra sem considerar as consequências de tal acção! E depois de ter visto as possíveis consequências que até pequenos erros podem ter, aprendam a não cometer grandes erros! Um estudante iniciante do Mestre tinha uma má qualidade: apontava sempre aos outros as suas falhas. Discursava e repreendia os outros, nem sequer reparando que ninguém queria ouvi-lo! Através das suas “homilias” causava irritação e ressentimento entre as pessoas sobre as quais frequentemente vertia as suas edificações. Mas ele próprio considerava isto uma das suas virtudes, pensando que através disto estava a ajudar os outros… O Mestre esperava por uma oportunidade para ajudar o estudante a ver este problema. Certa vez, uma mosca irritante zumbia e voava à volta do seu pupilo, enquanto ele apanhava bagas para compota. A mosca pousava nas suas mãos e cara… Ele não conseguia ver-se livre da sua presença irritante! O Mestre reparou quanto isto irritava o estudante e disse: — Devias permanecer calmo, meu amigo| — Mas que devo fazer? Estou tão frustrado! Até quero matá-la! — Não te apresses: Deus está a ensinar-te uma lição através desta irritação. Aponta para um problema em ti mesmo. — Que problema? — Tu já ouviste o ditado “Quando apontas o dedo ao defeito de alguém, os outros dedos ficam a apontar para ti”! Tu próprio repreendes frequentemente os outros sobre as suas imperfeições, de uma maneira muito fora de lugar! Os teus comentários são intrusivos e não são benéficos porque são feitos no momento errado! É sempre melhor, quando vês o defeito em outrem, virar o teu olhar crítico para as tuas falhas semelhantes! Transforma-te a ti próprio, e depois outras pessoas quererão seguir o teu exemplo! Quando o estudante entendeu o Mestre, um pequeno pássaro apanhou a mosca com agilidade. Um piar harmonioso encheu o espaço… Certa vez, um discípulo perguntou ao Mestre: — Como posso aprender a arte de conversar correctamente? — Lembra-te de duas regras simples: Ouvir cuidadosamente – isto significa manifestar amor para com a outra pessoa! E falar, certificando-te de que és entendido – isto é a manifestação de preocupação para com o teu interlocutor! Uma pessoa com excesso de peso perguntou certa vez ao Mestre: — Como posso lidar com o desejo constante de comer? Forço-me a fazer jejum – mas depois percebo novamente que só penso sobre comida… Os meus pensamentos são consumidos apenas por desejos relacionados com comida! Estou tão cansado de lutar contra o meu vício! — Isso é muito fácil! Simplesmente vira a tua atenção para o cuidar dos outros! Um dia, perguntaram ao Mestre: — Porque é que já passou tanto tempo desde que Shakyamuni Buda proclamou às pessoas os Ensinamentos sobre a Verdade, sobre alcançar o Nirvana, e sobre o estado do Buda, e ainda assim as vidas das pessoas continuam cheias de miséria e tristeza? O Mestre respondeu: — Se perguntares às pessoas se querem livrar-se do sofrimento, elas responderão “sim”. Mas depois devemos perguntar porque não cumprem então os Seus Ensinamentos nas suas vidas. Um homem achava que tinha dominado a não-acção. Para isto, ele tentava não fazer nada, acreditando que isto era a manifestação mais alta de espiritualidade... Um dia, veio ao Mestre e esperava ouvir elogios pelo seu progresso. Mas o Mestre disse-lhe: — Aqueles que esperam que a perfeição venham por si própria, sem fazerem os seus próprios enormes esforços, estão errados! A não-acção não é ociosidade| A meditação é, nomeadamente, trabalho – o trabalho da alma, consciência! Nem sequer começaste a tua purificação ética, mas já esperas receber elogios! Aquele que preguiçosamente se deita e olha para os outros que percorrem o Caminho não é igual àqueles que persistentemente vão em direcção à sua Meta! ÍndiceParábola sobre a PaciênciaO Mestre sentava-se imóvel na posição de lótus. Os discípulos perguntaram: — Como consegues sentar-Te aqui e não fazer nada enquanto há tantos problemas na Terra?! — Eu não os aumento, e isto, por si só, já é fazer muito… E permanecendo no estado de Calma, vejo aqueles raros momentos nos quais as Minhas palavras ou acções podem trazer benefício e reduzir o sofrimento e a angústia. E então – eu ajo. Parábola sobre o pequeno e o grandeUm dia, um homem repreendeu o Mestre: — Tu poderias conduzir toda a humanidade à Libertação, mas apenas ensinas as pessoas a amar todos os seres e a não fazer mal. Mas isto é tão pouco! O que fazes não é mais do que uma gota no oceano! — Sim, mas o oceano é feito de gotas! Todas as acções grandiosas começam por pequenos inícios! Para acender uma chama, é necessário primeiro fazer uma faísca… A transformação das almas é similar: começa com esforços simples. O Grande Caminho para o Nirvana torna-se possível só após uma pequena chama de amor ser acesa no coração espiritual do buscador espiritual! Parábola sobre dúvidasAlguém perguntou ao Mestre como conquistar a dúvida e a incerteza. O Mestre respondeu: — Tudo aquilo que um tem pode ser usado para seu benefício ou para seu malefício. Se não acreditas no sucesso, então não deves sequer começar a jornada! Para quê começar um caminho para o qual no fim visualizas apenas derrota? Tão pouco deverias começar qualquer acção se a consideras insignificante. Isto é um desperdício do tempo precioso no corpo! Mas, se não analisas criticamente a correcção dos teus próprios passos num caminho seleccionado – então é possível perderes-te tanto que serás obrigado a voltar para trás durante muito tempo. Particularmente, se não pensas sobre que bem ou mal virão ao mundo através das tuas acções, então causarás muitos problemas para os outros e para ti próprio! A indecisão e as flutuações são inerentes a uma mente perturbada. Aprende a submergir a mente na paz do coração! Apenas no coração espiritual desenvolvido podes sentir a Verdade! Apenas nele podem os Bodhisattvas mostrar a escolha certa! Quando aprendes a manter a tua mente no silêncio do coração espiritual, as tuas próprias análises críticas ajudar-te-ão então. As dúvidas transformar-se-ão então na capacidade de discernir entre o bom e o mau, certo e errado. Isto ajudar-te-á a evitar erros e fortalecer a tua confiança no Caminho do Amor e Bondade! Só o amor do coração te permitirá fazer a escolha certa em cada momento. Parábola sobre a ajuda do MestreTodos os dias, estudantes e pessoas curiosas vinham ao Mestre e ouviam as Suas instrucções e explicações. Dia após dia, Ele não apenas lhes dava os mandamentos da bondade, compaixão e da natureza da ordem do mundo, mas também lhes ensinava a mergulhar no silêncio interior, e como dominar meditações. Mas um dia o Mestre disse: — Ensinei-vos tudo o que era suposto ser ensinado. Agora todos devem continuar a desenvolver-se a vocês mesmos! — Disseste-nos tudo o que Tu Próprio sabes? Não tens nada mais a ensinar-nos? – perguntaram alguns ouvintes desapontados, que acreditavam que só por ouvir os discursos do Mestre e por estar na Sua presença se tornariam perfeitos… E muitos destes ouvintes foram procurar outros gurus… para ouvir e ouvir as palavras de sabedoria… Apenas alguns ficaram com o Mestre para que pudessem ajudar os Seus estudantes principiantes. E eles, ao fazer isto, descobriram por si mesmos os passos seguintes no Caminho e receberam ajuda do Mestre. Foram bem sucedidos! Por muito grandiosas que sejam as capacidades de um Mestre, cada estudante deve superar o Caminho por si mesmo! E por muito grandioso que seja o Professor, Ele não tornará os discípulos Iluminados! A tarefa do Mestre consiste apenas em especificar o Caminho e explicar como o percorrer. Parábola sobre a presunçãoUm estudante disse ao Mestre: — Finalmente superei o orgulho! — Isso não é verdade, meu amigo! Se isso tivesse acontecido, não Mo dirias! Antes preferirias permanecer na felicidade de existir no Fogo Divino do Nirvana – em lugar de te gabares sobre os teus sucessos! Parábola sobre vitórias e derrotasUm homem perguntou ao Mestre sobre como não ficar triste por falhar e não ficar orgulhoso pelas suas vitórias sobre os rivais. O Mestre disse: — Quando te dominares a ti mesmo, já não terás quaisquer falhanços ou rivais! Parábola sobre a sabedoriaUm estudante argumentava constantemente, discutindo afirmações de livros com outros estudantes – em vez de meditar. O Mestre repreendeu-o gentilmente: — Em vez de abrir a boca novamente, seria melhor abrir a tua mente à sabedoria, e a alma à calma interior! A clareza de entendimento desaparece facilmente na excitação dos pensamentos. Mas, quando a mente é calma, a verdade torna-se aparente! Não ganharás sabedoria apenas através de livros! Tens que abrir a sabedoria em ti mesmo, tornando-te uma alma que cognizou a Consciência Primordial! Só então haverá sabedoria – e esta sabedoria será tua! Só então a sabedoria d´Aqueles que Alcançaram se tornará a tua própria sabedoria! Eu gostaria que todos fossem dotados da sua própria sabedoria. E ninguém é capaz de te dar tal sabedoria; deve ser alcançada através dos teus próprios esforços! Parábola sobre o passado, presente e futuroAlguns estudantes queriam obter previsões do Mestre sobre o futuro. Também lhe pediram que lhes contasse sobre as suas vidas passadas. Ele respondeu: — Quem quer que, numa agitação constante, está demasiado preocupado com o seu próprio futuro ou se preocupa com o seu próprio passado, perde o presente! E seria correcto aprender a viver no verdadeiro presente, isto é, na verdadeira Existência Divina! Os eventos vão e vêm… O passado e o futuro estão ligados através de cada momento do agora. Que a vida humana, em cada momento, em cada momento do agora, seja preenchida com paz, amor, ternura e beleza! Isto tornará cada novo momento ainda mais belo e saturado de verdadeira felicidade! Isto é vida na crista da onda do Oceano da Consciência Divina. Ou, o mergulhar nas Profundezas da Sua Infinidade! Parábola sobre a rocha e a avalancheCerta vez, o Mestre e os Seus discípulos estavam nas montanhas. Um estudante usou o seu pé para empurrar uma pequena pedra pela beira de um precipício – para ver como cairia ao fundo… A pedra, colidindo com outras pedras, causou um deslizamento de rochas. O rugido ouviu-se a uma grande distância. O desencorajado estudante olhou com culpa para o Mestre. — Porque é que quebraste a paz e tranquilidade? — Não queria fazer isso… Peço perdão! Eu… só por curiosidade… queria ver quão fundo era… — Bem, que isto seja um exemplo para todos: mesmo uma pequena acção vazia de boas qualidades e que perturba a paz pode levar a grandes consequências. Uma pequena pedra atirada para o abismo – pode provocar um deslizamento de rochas nas montanhas. Uma pequena querela entre duas pessoas – pode escalar para ódio e torná-las inimigas para a vida. A vingança de algumas pessoas sobre outras – pode crescer até enormes guerras sangrentas entre nações. Como uma avalanche, os efeitos de qualquer acção podem amplificar-se. Portanto, nunca quebrem a calma, paz e harmonia em vão! Nunca deves atirar uma pedra sem considerar as consequências de tal acção! E depois de ter visto as possíveis consequências que até pequenos erros podem ter, aprendam a não cometer grandes erros! Parábola sobre incomodar os outrosUm estudante iniciante do Mestre tinha uma má qualidade: apontava sempre aos outros as suas falhas. Discursava e repreendia os outros, nem sequer reparando que ninguém queria ouvi-lo! Através das suas “homilias” causava irritação e ressentimento entre as pessoas sobre as quais frequentemente vertia as suas edificações. Mas ele próprio considerava isto uma das suas virtudes, pensando que através disto estava a ajudar os outros… O Mestre esperava por uma oportunidade para ajudar o estudante a ver este problema. Certa vez, uma mosca irritante zumbia e voava à volta do seu pupilo, enquanto ele apanhava bagas para compota. A mosca pousava nas suas mãos e cara… Ele não conseguia ver-se livre da sua presença irritante! O Mestre reparou quanto isto irritava o estudante e disse: — Devias permanecer calmo, meu amigo| — Mas que devo fazer? Estou tão frustrado! Até quero matá-la! — Não te apresses: Deus está a ensinar-te uma lição através desta irritação. Aponta para um problema em ti mesmo. — Que problema? — Tu já ouviste o ditado “Quando apontas o dedo ao defeito de alguém, os outros dedos ficam a apontar para ti”! Tu próprio repreendes frequentemente os outros sobre as suas imperfeições, de uma maneira muito fora de lugar! Os teus comentários são intrusivos e não são benéficos porque são feitos no momento errado! É sempre melhor, quando vês o defeito em outrem, virar o teu olhar crítico para as tuas falhas semelhantes! Transforma-te a ti próprio, e depois outras pessoas quererão seguir o teu exemplo! Quando o estudante entendeu o Mestre, um pequeno pássaro apanhou a mosca com agilidade. Um piar harmonioso encheu o espaço… Parábola sobre a capacidade de ouvir e falarCerta vez, um discípulo perguntou ao Mestre: — Como posso aprender a arte de conversar correctamente? — Lembra-te de duas regras simples: Ouvir cuidadosamente – isto significa manifestar amor para com a outra pessoa! E falar, certificando-te de que és entendido – isto é a manifestação de preocupação para com o teu interlocutor! Parábola sobre como perder pesoUma pessoa com excesso de peso perguntou certa vez ao Mestre: — Como posso lidar com o desejo constante de comer? Forço-me a fazer jejum – mas depois percebo novamente que só penso sobre comida… Os meus pensamentos são consumidos apenas por desejos relacionados com comida! Estou tão cansado de lutar contra o meu vício! — Isso é muito fácil! Simplesmente vira a tua atenção para o cuidar dos outros! Parábola sobre os sofrimentos da humanidadeUm dia, perguntaram ao Mestre: — Porque é que já passou tanto tempo desde que Shakyamuni Buda proclamou às pessoas os Ensinamentos sobre a Verdade, sobre alcançar o Nirvana, e sobre o estado do Buda, e ainda assim as vidas das pessoas continuam cheias de miséria e tristeza? O Mestre respondeu: — Se perguntares às pessoas se querem livrar-se do sofrimento, elas responderão “sim”. Mas depois devemos perguntar porque não cumprem então os Seus Ensinamentos nas suas vidas. Parábola sobre a não-acçãoUm homem achava que tinha dominado a não-acção. Para isto, ele tentava não fazer nada, acreditando que isto era a manifestação mais alta de espiritualidade... Um dia, veio ao Mestre e esperava ouvir elogios pelo seu progresso. Mas o Mestre disse-lhe: — Aqueles que esperam que a perfeição venham por si própria, sem fazerem os seus próprios enormes esforços, estão errados! A não-acção não é ociosidade| A meditação é, nomeadamente, trabalho – o trabalho da alma, consciência! Nem sequer começaste a tua purificação ética, mas já esperas receber elogios! Aquele que preguiçosamente se deita e olha para os outros que percorrem o Caminho não é igual àqueles que persistentemente vão em direcção à sua Meta! Índice |
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