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Vladimir Antonov

Sathya Sai o Cristo de Nossos Dias

 

Traduzido do Espanhol para o Português
por Telma Sales e Anton Teplyy

 

© Antonov V.V., 2009


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Índice


O Advento de Sathya Sai Baba

Quem é Sathya Sai Baba?

Seus Ensinamentos

Bibliografia

 

 

O Advento de Sathya Sai Baba

Ele nasceu em 1926 e foi chamado Sathya Narayana Raju.

Era muito querido por todos, pois era sempre amável, perdoando todas as ofensas de todos que o cercavam, nunca pagando o “mal com o mal”. E mais na escola divertia os outros alunos dando-lhes doces que materializava de uma bolsa vazia!

Aos 14 anos, disse a Seus pais que não iria mais à escola, pois já sabia tudo. E que era a reencarnação de um mulçumano santo muito conhecido na Índia: Sai Baba* Que viveu em um lugar chamado Shirdi e deixou Seu corpo faz oito anos. E que desejava deixar a casa de Seus pais para dedicar Sua vida a ajudar as pessoas, pregando a Verdade sobre Deus, sobre o Caminho de alcançar a Liberdade Suprema na União com Ele.

Seus anos de infância e adolescência estão escritos em detalhes no livro excelente de Samuel Sandweiss [4]. Portanto, não faz sentido relatar-los. Para entender melhor este livro, só quero anotar que Sathya Sai Baba, estando no ambiente de xivaísmo, em parte pagão, não começou a se opor a o. Ao invés, Ele “jogou” com as pessoas ao redor Dele, materializando, por exemplo, os atributos de simbologia do xivaísmo.

Toda a atividade de predicar de Sathya Sai Baba são acompanhada com Sua demonstração dos milagres.

Isto é próprio para Ele desde os anos escolares, quando materializava doces, lápis, réguas, etc., e ganhava com facilidade as corridas com Seus companheiros transportando Seu Corpo instantaneamente da linha de saída para a linha de cegada.

Nos anos seguintes, Sathya Sai Baba já convertia ateus adultos em crentes, por exemplo, materializando diante deles, sentados na mesa, os pratos que foram “carregados” mentalmente por eles!

E agora, a materialização de vários objetos é parte da atividade quotidiana de Sathya Sai Baba, que ajuda as pessoas a fortalecer sua religiosidade.

À medida que a atividade de pregar de Sathya Sai ia se desenvolvendo, um grupo de seguidores fiéis se reuniu ao redor Dele; um ashram foi construído onde os peregrinos pudessem ficar. Logo os empresários e financeiros se juntaram, e assim foi possível criar na Índia um sistema de instituições educacionais e médicos dirigidos por Sathya Sai Baba, começar a publicar livros e filmes e graças a isso o nome de Sathya Sai Baba ficou conhecido em todos os continentes; Ele tem milhões de devotos.

Ele traz às pessoas a salvação da escuridão da ignorância ateísta e as equivocações religiosas. Vamos — como almas — aproximarmos Dele!

Quem é Sathya Sai Baba?

Seu Corpo é de estatura mediana; Sua pele é escura, típica dos indianos; Ele veste uma túnica laranja de monge. Sua característica particular é uma grande cabeleira espessa, escura e cacheada.

Mas isso é só Seu corpo, uma pequena parte de Sathya Sai Baba…

Na realidade, Ele é completamente diferente. Ele é a Consciência Universal Oceânica apenas conectada com Seu corpo material. E em qualquer lugar que seja necessário, Ela aparece como uma língua de Fogo Divino que sobe sobre a superfície da Terra por alguns quilômetros. As línguas de este Fogo surgem onde Ele está ajudando Seus discípulos, basta somente chamá-Lo.

Sim, este é Ele — o Fogo Divino — Que faz tremer os pecadores, mas não tem a qualidade de queimar para os virtuosos, Que é o Mais Sutil dos mais sutis, Que é a Ternura Suprema, a Beatitude e o Amor Divino para todos que chegaram a ser semelhantes em qualidade a Ele e entraram em Ele!

Ou Ele Mesmo entra neles, manifestando o Amor de Deus, criando com Ele Mesmo um padrão para a afinação.

Aquelas almas, que Ele toca de tal maneira, podem ouvir Suas instruções, Seus conselhos. Podem se possuem consciências suficientemente puras e sutis e estão preparados para perceber-Lhe, distraindo-se dos problemas do mundo material.

“Há três etapas de concentração”, disse Sathya Sai Baba. “Na primeira etapa, vocês recebem Minhas mensagens em forma de ondas mentais. Na segunda etapa, vocês podem ouvir Minha voz. E na terceira podem Me ouvir e Me ver também. Com a purificação da consciência, vocês podem progredir de uma etapa à outra.”

“… Quando a mente está fixa e silenciosa, pode-se ouvir a voz de Deus. Qualquer um que possa limpar a mente da ansiedade, das agitações e pensamentos pode sintonizar-se com a voz de Deus dentro de si mesmo.” [11]

Às vezes Ele assume outra aparência, mais condensada, simplesmente de poucos metros de altura. Neste caso, incluindo até as pessoas que não se purificaram (como consciências) a níveis necessários podem vê-Lo.

Mas, sempre — com qualquer aparência — podemos reconhecer-Lhe por Seu rasgo distintivo: Sua cabeleira maravilhosa!

E não pense que enquanto Sathya Sai Baba está se comunicando com o autor desse livro, que o resto de Seus discípulos está sem Sua atenção ou vigilância. De Sua Morada saem tantas línguas de Fogo quanto necessárias para satisfazer as necessidades de todos em cada momento! Pois, Ele é uma Parte íntegra da Consciência Universal Primordial. ¡E Seu Poder não tem limites!

Ele disse sobre Si Mesmo:

“Eu, Sathya Sai de Shirdi, vim de novo. Antes Eu estava ocupado preparando a comida, e agora Eu vim para convidar-lhes para a comida que reconstitui e purifica!” [7]

“Eu vim para restaurar o Caminho Reto que leva a Deus!” [1]

Seus Ensinamentos

Ele não disse que Seus Ensinamentos são novos. Seus ensinamentos são nada mais do que uma expressão — para as condições atuais da Terra — do Único Ensinamento Divino que Deus constantemente repete através de Seus Mensageiros. Em sânscrito chama-se Sanatana Dharma, a Lei Eterna. “Sanatana Dharma é a mãe de todas as religiões, de todos os códigos éticos e de todas as leis do universo”, disse Sathya Sai Baba [6].

Atualmente, Ele — Sathya Sai — é o Avatar. Ele disse que, apesar de que todos os poderes do universo estão concentrados em Sua palma da mão, Ele não vai fazer todos felizes sem discernimento. Pois, cada homem tem seu destino pessoal (karma), e que o criou por seus pensamentos passados bons ou maus e suas ações. Com nossos feitos presentes também nós formamos nossos destinos futuros.

Para escapar do abismo de sofrimentos terrenos, é necessário viver com amor a Deus e a todos os seres viventes, inclusive com amor-serviço criativo para as outras pessoas. O serviço às pessoas consiste em ajudar-lhes em sua evolução positiva, esse é o serviço a Deus.

Os principais inimigos do homem, que o levam à acumulação de karma negativo são: sua mente mal dirigida e a esfera emocional ingovernável com predominação das emoções egoístas e grosseiras.

Estes obstáculos podem ser superados com o fortalecer da fé, reorientando a mente até Deus e também com a prática de práticas espirituais, que em primeiro lugar normalizam a esfera emocional e permitem aprender a controlar a mente e a consciência.

Mas a mente, não é inimiga do homem, ao contrário, é um germe (broto) de sabedoria (jñāna), e tem que desenvolver-la com todos os meios possíveis como a função de analisar e criar da consciência.

Para limpar o caminho dos impedimentos cármicos, é importante arrepender-se de todos os erros cometidos, grandes ou pequenos, contra qualquer ser vivente. “Com o arrependimento sincero, todos os pecados podem ser lavados! A misericórdia de Deus é sensível! Se Ele tem o desejo de perdoar nada pode parar-lo! Apesar dos pecados do passado, se há arrependimento profundo e amor a Deus, todos os pecados se lavam, e a natureza do homem se purifica! Ter medo que isso não aconteça é debilidade! Deus tem compaixão ilimitada; busquem Seu amor e encontrarão o perdão!” [2]

“A prática espiritual mais importante é a busca de as próprias imperfeições e debilidades, e os esforços de livrar-se deles aproximando-se da Perfeição!” [5]

Para fortalecer a orientação da mente até Deus, Sathya Sai Baba recomenda usar a técnica da repetição freqüente do nome de Deus e participar do culto divino com louvor a Deus.

Ter fé é o primeiro passo. O seguinte passo desta direção é o amor a Deus. Mas, como podemos amar o que não conhecemos? Por isso, os Mestres Divinos vêm a Terra para ajudar as pessoas; o Não Manifestado se revela a Si Mesmo na forma manifestada para as pessoas. Amar manifestado, individualizado aspecto de Deus, é mais conveniente para as pessoas encarnadas. Mas as pessoas devem entender que Sathya Sai Baba não está só em Seu corpo, mas em todas as partes, onde seja necessário, e que não faz falta ir a Seu ashram para conversar com Ele, é possível fazê-lo de própria casa*.

Todas as pessoas têm um só Deus, ensina Sathya Sai. E não há que dividir-se pela diversidade de crenças. Usando as variantes tradicionais de adoração, que todos venerem um Único Deus Universal!

O que divide as pessoas não são as variedades de crenças ou nacionalidades, senão os níveis de cultura espiritual. Por exemplo, disse Sathya Sai Baba, dirigindo-se aos estudantes de uma universidade para os varões: um homem, em vista de que todos os homens são iguais, se casa com uma moça mulçumana que tem costume de comer carne, segundo suas tradições, o que acontecerá? Conflitos e discórdias?

Mas Sathya Sai Baba não quer que as pessoas sejam inimigas entre si pelas diferenças alimentares: permita que as pessoas mundanas comam carne, mas se você segue o caminho espiritual, o aspecto ético da nutrição deve ser observado rigorosamente! [2]

É impossível chegar a Deus sem amor perfeito, porque Ele é Amor e deixa entrar Nele somente os semelhantes a Ele. E o principal e primeiro princípio do Amor é a Compaixão por todos os seres viventes — desde as plantas e animais — até os Mensageiros Divinos*.

A respeito da alimentação com peixes, Sai Baba diz que eles também morrem sofrendo.

Um dia Sai Baba enviou um grupo de discípulos a um retiro monacal nas montanhas. O propósito disso foi o treinamento meditativo. E para que eles não se distraíssem, buscando a comida, Ele lhes deu um jarro, no qual, todos os dias, eles encontravam suficiente comida materializada por Ele. O que havia no “cardápio”? Arroz, verduras, favas, frutas e sucos, e à noite, antes de se deitarem, todos recebiam um copo com leite. [1]

A nutrição vegetariana favorece a purificação da mente e da consciência y também favorece levantar-se e deitar-se cedo. O segundo passo que o aspirante na religião deve fazer é negar-se a concentrar a mente nas qualidades negativas dos outros. Cada um é (potencialmente) Deus. Vejam Deus em cada um, ame cada um como a manifestação de Deus para vocês! Eu lhes ensino usando as qualidades negativas e positivas das outras pessoas!

As pessoas são diferentes pelas qualidades de seus “egos” individuais.

Há almas profundamente degradadas, entusiasmadas em fazer o mal. Tais pessoas podem fazer o mal somente por prazer. Esta é sua natureza, como as traças que roem as coisas não importando se é um trapo ou um caro sári. [7]

Mas até para tais pessoas Deus encontra o uso apropriado na corrente geral da Evolução da consciência. Vendo seus exemplos, outras pessoas podem aprender a não serem como estas. Pois, é preciso conhecer o bem e o mal, e afastando-se do mal, podem ir pelo caminho do bem, à Perfeição, à União com Deus. El homem deve saber como se deve ou não ser, e sem conhecer o mal, é difícil conhecer o bem.

As pessoas más também são usadas por Deus para a correção dos verdadeiros sadhakas (guerreiros espirituais). Dessa maneira, os sadhakas recebem os avisos sobre a morte que vem, e isso lhes não permite relaxar-se no Caminho.

A morte e Deus são os marcos mais importantes para as pessoas encarnadas, disse Sai Baba.

As pessoas más se preparam elas mesmas para o inferno e para sofrer nas próximas encarnações, mas também têm a oportunidade da salvação: reconsiderar sua conduta e arrepender-se. O arrependimento é a contrição consciente que leva à liberação dos vícios.

A respeito da autocorreção ética, Sai Baba disse o seguinte [7]:

Aqueles que buscam a beatitude em o Átman não devem perseguir os prazeres dos objetos dos sentidos.

Assim como um corpo sem respiração é inútil e começa a apodrecer e feder, a vida sem Verdade é inútil e se torna a morada hedionda das aflições e discórdias.

Convence-te que não há nada maior que a Verdade, nada mais precioso, mais desejado e mais duradouro!

O Senhor, Que é a Verdade Mesma concede Seu darshan (a possibilidade de contemplar-Lhe) aqueles que têm corações amorosos e as palavras verdadeiras.

Mantenha bondade inesgotável com todos os seres e preparação para o auto-sacrifício!

Tem que controlar os indriyas, ter caráter firme e ausência de amarras.

Tem cuidado com os seguintes pecados: 1) mentira, 2) maledicência, 3) calúnia, 4) vaidade, 5) assassinato, 6) adultério, 7) roubo, 9) bebedeira, 10) luxúria, 11) maldade, 12) ganância, 13) apego mundano, 14) intolerância, 15) ódio, 16) egoísmo, 17) orgulho.

Primeiro de tudo, livrem-se da emoção má de sentir-se invejoso pelo êxito dos outros e de desejar mal ao próximo. Fiquem felizes quando os outros também estão! Compadeça-se dos que estão em aflição e deseje-lhes êxito. Esse é o meio para formar em si mesmo o amor a Deus.

A paciência é a força que precisam!

Os que desejam viver com gozo devem sempre fazer o bem!

Nunca conteste com palavras injuriosas, mantenha-te longe delas, é para o teu bem. Rompa relações com pessoas que usam tais palavras!

Procura a companhia das pessoas boas, inclusive arriscando com tua posição e vida. Mas roga a Deus que te abençoe com a habilidade de distinguir entre as pessoas boas e más. Para isto, deves aplicar todos os esforços de tua mente.

Aqueles que adquirem posições na sociedade, as pessoas enaltecem como heróis, mas os verdadeiros heróis são aqueles que conquistam seus indriyas, heróis que devem ser enaltecidos como os conquistadores do universo!

Qualquer ato, bom ou mau, que o homem realiza, está acompanhado pelos frutos que nunca deixarão de perseguir-lhe.

A ganância produz só a aflição, é melhor estar feliz com o que se tem! Não há felicidade maior que contentar-se com pouco.

¡A aspiração aos proveitos deve ser arrancada de raiz! ¡Se um a permite existir, ela estrangulará a vida mesma!

Suportes valentemente as privações e aflições! Aspira a lograr o gozo e a bem-aventurança futura!

Deste momento, evita os maus hábitos! Não demores, não adies o que deves fazer; isso não te trará nenhum benefício!

Procura, na medida do possível, satisfazer as necessidades de os pobres que realmente são pobres. Divida com eles seus alimentos, e faze-os felizes pelo menos por um momento.

Ainda que estejas muito preocupado quando outros tratam imerecidamente contigo, nunca faz o mesmo com os demais!

Arrependa-te sinceramente de teus erros e pecados, cometidos pela ignorância, esforça-te não repetir-los mais! Roga a Deus que te abençoe com a força e o valor para seguir ao caminho correto!

¡Não permitas que o que pode esfriar teu ardor por Deus se acerque a ti! Falta de afinco causa o decaimento da força do homem.

Não cedas à covardia! Não te negues à beatitude!

Não te infles da arrogância quando as pessoas te elogiam! ¡Não te desalentes quando as pessoas te reprovem!

Se entre teus amigos um odeia o outro e começa altercação, não deites azeite no fogo para que passem a se odiar ainda mais! Ao contrário, tenta restabelecer com amor e simpatia sua amizade anterior!

Ao invés de buscar defeito nos outros, busca os teus próprios! Livra-te deles! É melhor encontrar uma falta teu, do que, duzentas alheias!

Se não podes ou não queres fazer o bem, pelo menos não trame e não realize maus atos.

¡Qualquer coisa que as pessoas digam sobre tuas faltas, as quais, estás seguro que não as tens, não te preocupes por isso! Enquanto as que tens, tenta corrigi-las antes de que outros tas indiquem.

Não guardes rancor ou amargura contra aqueles que te apontam tuas faltas; não responda uma ofensa com outra, apontando-lhes também suas faltas, mas seja-lhes grato.

A tentativa de “abrir os olhos” dos outros a seus defeitos é um grande erro!

È bom quando sabes das tuas faltas; e ruim quando busca as faltas dos outros.

Se tiveres um tempo livre, não o gaste falando sobre qualquer coisa, ao contrário use-lo para refletir sobre Deus e ajudar os outros.

Só o bhakta (o que ama a Deus) entende ao Senhor; e só o Senhor entende o bhakta. Os demais não podem entendê-los. Por isso, não discuta assuntos que se relacionam com o Senhor com aqueles que não são bhaktas.

Se alguém conversa contigo a respeito de um ou outro tema, o compreendendo mal, não examines detalhadamente as opiniões más, mais bem capta só o proveitoso e agradável do que se diga.

Se teus desejos mundanos não foram cumpridos, não reclames contra o amor de Deus, pois não há nenhuma relação entre eles e o amor de Deus!

Se tua meditação não avança, não desanimes!

Quando tais estados vierem, busca teus defeitos!

Se cada dia te comportares conforme essas regras, poderás compreender facilmente a Deus! Por conseguinte, siga firmemente essas máximas!

Por outro lado, Sathya Sai Baba explica que todos os ensinamentos éticos podem se expressar em uma fórmula curta de Vyasa: “Sempre ajude a todos*, nunca ofendas a ninguém!” (É importante entender que “todos” incluem a Deus, Deus em primeiro lugar).

A última tarefa de um homem é conhecer seu “Eu” Superior que é o Atman, Paramatman, Criador. Mas para isso, o “ego” inferior, que se manifesta como egocentrismo e criado pela mente, deve ser eliminado.

A mente — neste contexto — é uma parte da consciência capturada pelos desejos mundanos.

Os desejos não são os pensamentos. Os pensamentos chegam a ser os desejos quando “submergem” profundamente nos objetos.

Os desejos dirigidos aos objetos mundanos causam prazer e sofrimento, mas se o desejo é dirigido a Deus ele causa beatitude! [2]

A habilidade de pensar corretamente deve ser desenvolvida através dos assuntos mundanos. Mas depois ela pode ser transformada em uma função de buddhi. Para isso os “tentáculos” da consciência (indriyas) devem ser transferidos dos objetos do mundo material, inclusive dos melhores, até a Consciência Divina. O pensamento do tal homem em todos os assuntos sobe a um nível muito diferente, porque ele aprende a ver os problemas mundanos como Deus os vê. Seu egocentrismo é substituído gradativamente pelo Deuscentrismo.

Como livrar-se do trabalho vicioso da mente que impede o avanço? Simplesmente não tentem sufocá-lo, mas simplesmente pensem em Deus! A natureza da mente é tal que é necessário para ela ser absorvida em algo, assim que a permitam ser absorvida por Deus! E quando esteja absorvida por Deus, se deterá. [2]

Mas se não for possível, ocupem-na com a repetição do nome de Deus ou algo útil.

A mente descontrolada parece uma serpente. Ela tem duas tendências: não se mover reta e capturar todas as coisas que vê. Mas ela deve ser dirigida até Deus.

Quando o pensamento do homem, que se desenvolve progressivamente, não está executado mais pela mente, senão pelo buddhi, o buddhi se submerge em Deus para se transformar em Nele.

Por isso, é tão importante se acostumar a ser voltado com a cara (da consciência) para Deus. [2]

Há duas coisas principais que deves lembrar sempre: a morte futura e Deus. E há duas coisas que deves esquecer: o mal causado pelos outros e o bem que fizestes aos outros. “Claro, é preciso lembrar-se da morte constantemente, porque nesse caso possam fazer muitas coisas boas e evitar fazer muitas coisas más!” [2]

“O tempo é o presente mais precioso deste mundo! Não o gaste para palavras grosseiras e para maus atos! (...) Não deves desperdiçar o tempo! Ele não espera por ninguém! (...) O tempo gasto inutilmente é perdido para sempre, não há como recuperá-lo (...). E ninguém sabe quando seu tempo acabará. A mão do tempo em qualquer momento pode derribar-lhes.

“Nos seus atos devem subir ao nível das pessoas heróicas e não ao dos abúlicos!

“O recordar da morte deve levar a ‘firmeza unidirecional’.” [6]

“De frente à face da morte, desaparecem a posição, o orgulho e o poder. Compreendendo isso, se esforce dia e noite — com a pureza do corpo, mente e de consciência — para realizar o ‘Eu’ Superior através de servir a todos os seres viventes!

“Deves manter e cuidar do corpo como instrumento para esse propósito.

“Mas lembre-se que vocês não são corpos, e estes corpos não são vocês.” [6]

“Esse corpo é nada mais que um instrumento, uma ferramenta dada pelo Criador, e que este sirva como é devido.” [6]

Tem que cuidar do corpo: esse é o meio para desenvolver-se, para sua Realização de Deus. Higienize-o, alimente-o, cure-o, se adoecer, não há nenhuma contra-indicação para usar os medicamentos “externos” e outros tratamentos medicinais. [2,6]

Mas a comida não é um meio de obter prazer! A comida é como o combustível do automóvel. Ela é um elemento essencial no serviço a Deus. [6]

Recordar-se da morte, que está próxima, deve acelerar-lhes e não desiludir e desesperar-lhes.

Muito pelo contrário, a ajuda aos outros, a discussão criativa com os amigos espirituais e o progresso no Caminho da autoperfeição devem trazer alegria e felicidade.

“A felicidade é essencial para a Realização de Deus (...). Se você está infeliz, isso não é só uma falha; isso é uma falha séria, um impedimento para a auto-realização!

“Na maioria dos casos, as pessoas estão infelizes devido às aspirações, amarras e prazeres mundanos. Elas prestam demasiada atenção ao mundano.

“Para livrar-se dessa falha, é necessário indicar a seriedade dela, é necessário compreender que os desejos são intermináveis como as ondas do mar!” [2]

A razão de muitos sofrimentos das pessoas é que só através do sofrimento Deus pode convencer-lhes da necessidade de dirigir-se para dentro, na profundidade da estrutura multidimensional de seus organismos e dedicar-se à auto-análise. Sem isso, as pessoas nunca se livrarão dos sofrimentos! Deus está dentro, na profundidade, e Ele cura a partir daí*. [2]

“Vocês sofrem, sentem dor e tormentos só quando estão distantes da verdade.

“Estando fora do mercado, ouve só a falação; mas quando entra no mercado, consegue reconhecer as palavras dos negociantes.

“Assim é aqui. Entretanto, vocês não conhecem a realidade do Supremo, estão aturdidos e suprimidos pelo alvoroço do mundo, mas, no momento em que entram no reino da busca espiritual, tudo se faz claro e o conhecimento da realidade se desperta dentro de vocês. Até então estariam no meio do ruído absurdo da argumentação, disputas e propaganda enfática.

“Todos que aspiram alcançar a Eternidade através da bhakti (o amor devoto a Deus) deve esforçar-se para adquirir as características seguintes: deve se manter longe do alvoroço, crueldade e falsidade deste mundo e estar na verdade, amor e tranqüilidade, esse é o verdadeiro caminho de bhakti!

“Os que desejam a União com Deus, que busquem o bem-estar para o mundo, devem considerar sem valor e jogar fora coisas como elogios e reprovação (das pessoas), prosperidade e adversidade... Ninguém, incluindo Deus e Avatar, pode escapar da crítica e acusações, mas Eles não as temem.” [6]

“Devem pedir a Deus mais e mais oportunidades para servir e alegrar-se quando as receber. Tal atitude traz imensa alegria. Levar a vida, cheia desta alegria, é de fato a beatitude! (...) Se sempre te lembras disto e procedes em conseqüência, a vida se transforma num serviço incessante ao Senhor. As concepções de ‘Tu’ e ‘eu’ logo desaparecem e sequer se vê indícios do ego.” [6]

“Muitos discípulos, ermitões, sadhakas e sannyasins perderam seus avanços, ganhos com muitos anos de luta e sacrifício, devido seu apego ao ego.” [6]

“Qualquer que seja a beleza fictícia da palavra, qualquer que seja o grau científico, tudo isto é inútil. Para plasmar os Ensinamentos (…), na vida real, é preciso extirpar o sentimento de ‘eu sei’ e ver a Própria Essência e olhar dentro Dela, só assim ganharás a beatitude efetivamente (...).

“Sem entraves, se a realização do ‘eu’ produz o orgulho (...), a queda é inevitável (...).” [6]

O serviço aos demais, segundo os princípios de karma yoga não só desenvolve o homem em todos os sentidos y melhora seu karma, senão também, com a atitude correta a este serviço, isto é, com o sentir-se a si mesmo como o ajudante de Deus, leva à união gradual do “eu” do um com o “Eu” Divino.

“Em uma casa cada membro da família cumpre suas tarefas, e à tarde quando acabaram ninguém diz: ‘Pai, eu fiz estes trabalhos e você tem que me pagar’. É uma família, então, você não pede pagamento por seu trabalho, você simplesmente o faz.

“Mas se alguém de outra parte vem a trabalhar em sua casa, então se põem de acordo do pagamento e se paga em conformidade. O fato que você paga, mostra que ele não é de sua casa.

“Mas quando alguém se torna ‘seu’, não tem que pagar-lhe. Ele trabalha com interesse, sem esperar alguma recompensa por seu trabalho.

“O mesmo se dá com Deus. Quando você sabe que Deus é o Ser mais próximo e mais querido para você, e que Ele e você são uma família, você não pede pagamento. O que se consagra completamente a Deus é Meu! E não deve esperar nenhuma recompensa.

“Mas se alguém diz: ‘Eu tenho me dedicado tanto tempo ao sadhana’, e estabelece as relações de comércio com Deus, dizendo ao mesmo tempo: ‘Na minha sadhana eu tenho me esforçado tanto que devo receber essa recompensa’, aí sim, isso é diferente.

“Uma criança pequena não pede para sua mãe: eu quero leite, eu quero que troque à fralda, etc., a mãe é que vê o que é necessário a ela, sem que ela precise pedir. Quando você se consagrou a Deus, será como a Sua criança, e não precisarás pedir nada a Ele, pois Ele sempre te dará ainda mais do que poderia ter pedido!

“Por causa de seu amor por Ele, que Ele seja o mais querido para você!

“Pratique seu sadhana e aproxime-se Dele! E então não será necessário dizer-Lhe o que querem, porque se voltarão para Ele como Suas crianças pequenas, e Ele virão e as darão muito mais do que poderiam ter pedido!

“Assim como um ventilador é um instrumento, vocês são os instrumentos de Deus. Por acaso é o ventilador que se põe em movimento? Ou é a corrente elétrica que o põe em movimento?” [2]

“Entregar-se a Deus significa consagrar cada pensamento e atos, sem desejar (para si) os frutos deste. Realizem os atos não para conseguir seus frutos (para si), senão porque é seu dever. O ato consagra-se a Deus, e o resultado também colhe por Ele.

“Os atos realizados desta forma, sem o desejo de seus frutos para si mesmo, são livres das conseqüências kármicas negativos, pois o ego, durante tais atos não se alimenta e não se estimula e logo desaparece.” [2]

Sathya Sai Baba, como já vimos, é contra as relações sexuais caóticas e contra dedicar-se demais ao sexo, mas o casamento, a vida familiar e a educação dos filhos Ele aprova. O casamento ajuda na dissolução do “eu” inferior primitivo, porque a vida familiar favorece a sua transformação em “nós”.

O casamento e o karma yoga ensinam a cuidar uns dos outros. Dessa forma cresce a habilidade de cuidar, um atributo do Amor. Dessa maneira, esse amor abarca cada vez mais pessoas. O “eu” primitivo perde-se em “nós”.

O progresso seguinte nesta direção assegura-se com as técnicas meditativas que retiram do “Eu” Superior todos os sedimentos que ficaram.

Mas Sathya Sai Baba adverte que não deves confiar em diversos “gurus” só porque eles se proclamaram assim. Ele diz que o verdadeiro guru é aquele que conhece a Deus e que pode levá-lo até Ele, e esses são muito poucos. Ou que é muito melhor Deus Mesmo pode ser seu gurú.

Sathya Sai Baba também diz que o treinamento meditativo não é para todas as pessoas porque as pessoas são diferentes, em primeiro lugar, pelas idades das almas. Para as almas jovens o treinamento meditativo pode ser destrutivo. Nem todas as pessoas inclusive podem compreender o que é a meditação. Por exemplo, as imagens mentais, como voar a outros planetas é uma prática errônea e prejudicial. [2]

A Verdadeira Essência de cada homem é o Oceano da Consciência do Criador. Nossa tarefa é — através da sadhana (o caminho da prática espiritual) — desenvolver-se até a realização prática (e não só a compreensão mental) desta verdade.

Neste caminho a pessoa deve se transformar de um jiva (uma alma individual apegada a um corpo e aos objetos materiais) — através do buddhi yoga — no chit (isto é, a consciência pura e refinada até e nível do Criador, idêntica ao Atman, “Eu” Superior no homem).

Uma alma que se desenvolve neste caminho em certo momento adquire a capacidade de ver em os planos sutis à medida que ela os examina. Uma consciência humana que penetra nesses planos superiores aprende a ver Deus, inclusive como o Fogo-Luz Vivente e interagir com Ele.

Em certa fase do buddhi yoga os praticantes conseguem experimentar o mundo material como se estivesse sobreposto na Luz da Consciência Divina, então fica fácil se fundir a Ela, dissolver-se Nela, chegar a ser Ela. [7]

Mas esse nível meditativo só é alcançado por muito poucos discípulos exitosos de Deus. Para os principiantes, Sathya Sai Baba recomenda a seguinte série de treinamentos meditativos, que seguramente, não causará danos a ninguém. [2 e outros]:

Primeiro, é preciso ascender uma vela e gravar muito bem a imagem da sua chama. Transportem essa imagem para o anahata (pode virar de costas para a vela). Encham o volume do chacra com a luz y imaginem uma flor feita dessa luz, impedindo-a de se abrir. Logo comecem a dirigir essa luz para a cabeça, para os braços, para todas as partes do corpo. Depois comecem a encher os corpos de as pessoas queridas, logo os corpos de todas as pessoas, dos animais, das plantas... O mundo inteiro se enche com essa luz; o “eu” está se fundindo na luz e desaparece, eu e a luz nos unimos e a luz criada por mim se funde com a Luz da Consciência de Deus.

Dominar os elementos dessa meditação pode tomar muito tempo, mas é um caminho reto para o conhecimento de Deus e a União com Ele.

E se incluir nessa meditação a Imagem Ardente de Sathya Sai Baba ou qualquer outro Mestre Divino esse trabalho avançará ainda mais eficazmente.

O bhakti yoga é a auto-realização através do amor a Deus, é o yoga mais alto, o Caminho mais alto, é o Caminho Reto.

A verdadeira (no potencial) essência de cada homem é Deus. De fato Deus se localiza nos confins do organismo multidimensional do homem, na sua própria profundidade, nos planos mais sutis. Somente é necessário aprender a se mover ali com a concentração da consciência e depois se consolidar ali. Isso será a Auto-realização plena, a Realização de Deus, a Liberação completa e última da escravidão do mundo das ilusões.

A Realização de Deus consegue-se através do amor, através de ser apaixonado de Deus, o que permite afundar-se em Seu Lume, no Abraço de Seu Amor, unir-se com o Querido.

Essa é a única maneira de obter os ganhos espirituais mais altos; não há outra forma. Isso é o que Deus ensinava e ensina durante toda a história da humanidade. Esta é a base de todos os sistemas religiosos sérios. Mas as pessoas esquecem-se disto e é preciso recordar-lhes de novo.

Uma das desgraças das pessoas é que eles não escutam a Deus, mas escutam vários pastores falsos, os gurus falsos e os líderes de numerosas seitas. Alguns se propõem aos seguidores eles mesmos como objeto de culto em lugar de Deus. Outros falam sobre Deus, mas pervertem seus Ensinamentos até o contrário.

Como exemplo, pode servir uma muito conhecida, poderosa e promovida seita de yoga, onde seus seguidores — como eles eram — foram influenciados que cada um deles era Deus, uma Parte de Deus Universal, coexistente com Ele. Eles “estendiam as consciências” e se perguntavam como uma prática constante: “Quem sou eu?”. E a resposta tinha que ser: “’Eu’ Superior! Deus!”.

Nem o líder nem os membros desta seita conheceram a Deus, nem a direção para buscá-Lo. Eles não reconheceram nem arrependimento, nem a necessidade da refinação da consciência, nem amor a Deus: ¡Pois, Eu sou Deus!

E se eu sou Deus, então todos meus desejos e atos são impecáveis, Divinos! Eles são a Manifestação da Vontade Divina Universal!

Essa grande seita produziu um grande número de primitivos que se consideravam “deuses”, e que viviam pelas paixões grosseiras irrefreáveis que eram “legitimadas”, “divinas” para eles.

Sathya Sai Baba, contestando, uma vez, em uma conversa, chamou “com tato” a atividade dessa seita de “pouco satisfatória” e disse para o seu “guru” que ele ganharia progresso espiritual só depois que colocasse um fim em sua atividade. [2]

As técnicas de “expansão de consciência” e de sua “cristalização” são — métodos muito perigosos — no sentido que se eles são dados às pessoas com consciências não refinadas ou com intelecto pouco desenvolvido ou com ética perversa (com traços de violência, egoísmo), então acontece sua “diabolização”. No sentido mais direto, eles se transformam em diabos, condenando-se a muitos sofrimentos e também trazem à terra a vontade do plano diabólico, manifestando-a através de seus corpos.

Por conseguinte, Sathya Sai Baba recomenda insistentemente não confiar em tais “gurus” e aceitar o aprendizado de Deus. Que seu guru seja Deus! Ninguém deve colocar-se a si mesmo entre uma pessoa e Deus! Confiem em Deus; e Ele os ajudará!

O amor a Deus é o Caminho Reto!

 

Bibliografia

  1. Maheshwarand – Sai Baba y Nara Narayana Gufa Ashram. “A Sociedade para a Cultura Védica”, São Petersburgo, 1993 (em russo).
  2. Hislop J. — As Conversacionais com Bhagavam Sri Sathya Baba. “A Sociedade para a Cultura Védica”, São Petersburgo, 1994 (em russo).
  3. Hislop J. — Mi Baba e Eu. “Sri Sathya Sai Books an Publications Trust”, Prasanthi Nilaym, 1995 (em russo).
  4. Sandweiss S. — Sathya Sai. O Santo y... Psiquiatra. “A Sociedade para a Cultura Védica”, São Petersburgo, 1991 (em russo).
  5. Sathya Sai Baba — As Lições. “O Centro de Sathya Sai”, São Petersburgo, 1991 (em russo).
  6. Sathya Sai Baba — Prema Vahini – O Fluxo do Amor Divino. “A Sociedade para a Cultura Védica”, São Petersburgo, 1993 (em russo).
  7. Sathya Sai Baba — Sandeha Nivarini. As Dúvidas Resolvidas. “A Sociedade para a Cultura Védica”, São Petersburgo, 1993 (em russo).
  8. Sathya Sai Baba — Prasnottara Vahini. As Respostas às Perguntas Espirituais. “A Sociedade para a Cultura Védica”, São Petersburgo, 1997 (em russo).
  9. Sathya Sai Baba — Jnana Vahini. O Arroio de Sabedoria Eterna. “A Sociedade para a Cultura Védica”, São Petersburgo, 1997 (em russo).
  10. Sathya Sai Baba — O Yoga de Ação. A importância do Serviço Generoso. “O Centro de Sathya Sai”, São Petersburgo, 1997 (em russo).
  11. Sudha Aditya — Os Fluxos de Néctar de Sai Baba, São Petersburgo, 1996 (em russo).

 

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